domingo, 21 de agosto de 2011

Como as coisas são






Desde que o mundo é mundo, sabemos: relações humanas não são fáceis. Quando a proximidade e o envolvimento são maiores, em alguns aspectos a comunicação é facilitada, em outros, se torna mais difícil lidar com a expectativa gerada em relação ao outro e a própria relação. Pois você passa, inconscientemente, a pensar que o conhecimento mútuo implica em quase uma adivinhação constante de olhares, silêncios e palavras. E as coisas não são bem assim. Pelo fato de duas pessoas se amarem e se conhecerem razoavelmente, isso não quer dizer que deixaram de existir lacunas e não saberes entre estas, só quer dizer que elas serão em menor número na maioria das vezes e que valerá a pena tentar transpô-las. Nada é certo, nada está acabado até que chegue realmente o fim, eu mesma não sei de um milhão de coisas a respeito do que quero e das coisas que irei realizar amanhã. Reconhecer-se limitado talvez seja o primeiro e verdadeiro passo a dar em direção ao outro. E reconhecê-lo igualmente limitado, talvez seja a oportunidade rara de onde nascem os grandes encontros.


Carolina Braga, 21 de ago. de 11.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sentimento (d)e verdade






Desde cedo minha mãe me alertou acerca da falta de tolerância do mundo para com as pessoas dotadas de coração. Não me refiro a um órgão, a uma materialidade, me refiro a alguns sentimentos que ele pode abrigar. Sentimentos gigantes que podem sim caber nesse lugar aparentemente pequeno. Digo aparentemente, pois ele é mestre em guardar preciosidades de valor inestimável, que só são visíveis para quem as conhece, para quem as desfruta.
Eu, com essa minha natureza contrária, sempre disse não ao que qualquer pessoa tentasse me impor como forma de conduta dita como mais condizente, ou conveniente. Eu nunca entendi como as pessoas podem achar mais fácil seguir padrões de comportamento, a seguir seu próprio coração, sua própria consciência. Gente é um bicho complicado mesmo e por essa razão, fica ainda mais evidenciada a importância de se viver de acordo com a nossa própria essência, sabendo obviamente extrair dela o que de melhor tem a nos oferecer e a quem nos cerca.
O passar dos anos e o amadurecimento que adquiri com estes, me fez enxergar de maneira bastante clara, que minha mãe de uma forma um tanto quanto desastrada só queria me preservar. Porém, o que ela nunca compreendeu é que eu não me importaria de sofrer as consequências dessa escolha, que insuportável pra mim seria viver uma vida vazia de sentimento e verdade.

Carolina Braga, 02 de ago. de 11.