quarta-feira, 15 de abril de 2009

Medo teu, medo meu




Você segurou firme a minha mão e por diversas vezes, de inúmeras maneiras, me jurou eternidade em seu sentimento. Olhou-me fundo, daquele jeito que só a alma alcança como que para dar segurança e só o que me restou foi aceitar com alegria e esperança essa aliança. Você me amou, eu sei, e quer saber, também sei que teu olhar ainda hoje te trairia e me revelaria o que já há algum tempo seu silêncio insiste em me negar e me furtar. Por quê? Por que tanto medo de ti, de mim, de nós? Eu já não te disse que eu também sinto medo? Então, mais um motivo pra você não largar a minha mão – nem eu a tua; nunca. Sim, baby, eu ainda te amo.
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Carolina Braga, 12 de abril de 09.
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domingo, 5 de abril de 2009

Utopia? Não queridos. Empírico.


“Por que que para ser feliz é preciso não saber [?].” Ouvi há pouco essa certeira citação de Fernando Pessoa e não resisti à tentação de fazer a minha acepção. É incrível como em quantos significados e sentidos distintos ela pode se enquadrar. Há pessoas que, por exemplo, são felizes a vida inteira sem saber e que ainda por cima fazem questão de vestir com convicção a camisa da ignorância – e melhor ainda, com um casaco de uma infelicidade inventada para acompanhar, que é pra não restar sombra de dúvida, é claro. Medo. Covardia. Essas são só algumas das justificativas, motivos, máscaras, ou seja, lá como você queria a isso denominar. Há também aquelas que só pra sacanear vieram ao mundo como que para zombar desse respeitado poeta e dizer: ‘Mas como assim, eu sou feliz e sempre soube disso. ’ Aí, você que me lê deve tá se perguntando: Mas quem disse que é possível alguém ser feliz a vida inteira? E como assim não saber? Como assim, saber? Talvez você não tenha nenhum desses questionamentos. Talvez tenha outros. Não sei e possivelmente não saberei – ou não. Mas eu posso falar por mim e sim, é possível ser feliz a vida inteira. Sim, você pode ser feliz, saber e continuar sendo, mesmo depois de descobrir o que praticamente todo mundo que você conhece estranhamente busca te fazer não enxergar. Falo aqui da coisa mais temida e desejada que já pode um dia ser inventada: a felicidade. Pelo menos, me refiro a felicidade que eu encontrei e concebo. E ela nada tem a ver com os comerciais de margarina. Ela é cheia de sorrisos sim, mas, sobretudo, plena de vida. Leia-se vida como lágrima, incerteza, abraço, beijo, a saudade de algo que nunca nos aconteceu, a falta de memória para o que na partida se perdeu e todas as infinitas coisas que compreendem esse universo que reside lá fora e aqui – aí – dentro. Desde que eu encontrei a semente dessa felicidade e, melhor, descobri que quando plantada e cultivada com primor ela poderia me fornecer frutos nos dias todos de minha vida, que eu não passo um dia sequer sem experimentar de seu sabor. Paladar esse que sempre se renova e se supera em excelência, sem jamais perder a sua essência. Não é feliz quem ri de qualquer coisa, isso é ser tolo. Ser feliz é muito mais do que isso, muito mais do que apenas sorrir. Ser feliz é ter olhos, coração, alma e sentidos todos abertos para receber o que a vida tem a nos oferecer e encontrar em meio a tudo isso um motivo maior para agradecer por estar vivo e ver ainda mais intenso o desejo de um novo amanhecer. Utopia? Não queridos. Empírico.

Carolina Braga, 01 de abril de 09.
PS: Especialmente para Mary! Grata pela sensibilidade e assiduidade viu? Deus te abençõe sempre! Amém.

sábado, 4 de abril de 2009

Adeus e ponto


Sim. Essas malas que você vê são suas. Você mesmo as arrumou, não lembra? Muito gentil esperou que eu desse o veredicto. Deixou para mim a incumbência de pronunciar a palavra derradeira. Então, lá vai: ‘ – Adeus. ‘ Só isso? Sim; pra quê mais? Não, não. Não se dê ao trabalho de responder e me poupe de qualquer espécie de discurso. É adeus e ponto. Não resta mais nada a ser dito ou feito quando o laço já foi desfeito.

Carolina Braga, 29 de mar de 09.