sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Entrando nos trilhos



Dei pra aceitar as pessoas e as situações com uma facilidade antes incomum. Não sei o que isso representa. Quem sabe seja cansaço das mesmas pessoas e situações, uma espécie de rendição à realidade dos fatos e o que eles têm ou não a oferecer; quem sabe seja claridade, amadurecimento – eu sinceramente não sei. Só sei que isso tem me feito bem, tem me trazido uma serenidade antes difícil de ser alcançada, devido uma velha e conhecida ansiedade desenfreada. Enfim, esse trem parece estar entrando nos trilhos e hoje tenho maior domínio dele.

Carolina Braga, 17 de dez. de 10.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Trecho de uma carta a uma pessoa querida




“(...) Eu não quero alguém que me aponte erros, isso eu deixo pra quem não é comprometido com a minha vida e com a Carolina que posso ser. Amigos não apontam erros, amigos estendem a mão, acolhem o que somos com a integridade que só pode ser alcançada com o coração. E isso inclui ausências e acertos. Entende-se por isso, alguém que abraça a nossa vida pra que possamos ser maiores, alguém que nos auxilia a enxergar lacunas a ser preenchidas para que possamos ser mais completos e, por conseguinte, seres humanos melhores. É isso o que quero pra minha vida. Pois é isso o que experimento através daqueles que realmente são meus amigos e me amam. Sim, eu sei o quanto sou privilegiada por isso e não por acaso, sou imensamente grata a todas essas pessoas que me alcançam com o seu humano amor divino. (...) Eu, francamente, não sei o que seria de mim sem essas raras pessoas que são meu chão em tempos de aflição. (...)”

Carolina Braga, 08 dez. de 10.

domingo, 21 de novembro de 2010

Hoje, sim


Hoje não quero falar sobre a violência e a total falta de respeito que impera no mundo. Hoje não quero falar sobre essa porção de coisas que não compreendo, sobre essas festas estranhas de gente esquisita. Hoje eu quero falar sobre outras coisas e pessoas. Quero falar daquela mensagem de texto no celular que reveste de um novo significado as palavras. Quero falar daquele sorriso, que ao encontrar o meu, torna a minha felicidade mais completa. Quero falar daquela voz ao telefone que materializa presença de amor nos meus dias. Quero falar do quanto sou grata por ser quem sou e pelas pessoas que tenho em minha vida – minhas maiores riquezas. Hoje eu quero agradecer a todos aqueles que têm o dom de extrair o melhor que há em mim, me fazendo vislumbrar uma Carolina que nem eu mesma sabia que existia. Hoje eu quero estender a mão a quem desaprendeu o caminho de chegar ao meu coração. Hoje eu quero sorrir a quem já me disse não sem razão. Hoje eu quero ser apenas eu, mesmo que você não seja você.

Carolina Braga, 21 de nov. de 10.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Estranho desconserto













Todo mundo quer ser amado, ter amigos, sentir-se seguro para confiar em alguém. Correto? Não necessariamente. Depende da pessoa. Depende de outros pequenos fatores também. Mas, em suma, existe um punhado de gente que não se sente confortável quando é amado e quando tem um amigo em que pode verdadeiramente confiar. Existe um punhado de gente que é tão desconsertado e tão mal inserido na arte de amar que vive a machucar quem tenta protegê-lo – inclusive de si mesmo. Não são poucas as pessoas que vivem a perder aquilo que declaram efusivamente desejar encontrar. Também não são poucas as circunstâncias em que o medo fala mais alto e viver fica em segundo plano.


Carolina Braga, 12 de out. de 10.


quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Para você







Hoje tive vontade de ler as suas cartas e sentir manifesta em mim aquela mesma alegria e carinho imensurável que você me despertou desde muito tempo. Assim o fiz e, sinceramente, não saberia te descrever exatamente qual foi o sentimento que as tuas palavras causaram em mim. Apesar de todos os meus pontos de interrogações em relação a você, uma dúvida eu nunca tive: eu gostava muito, muito mesmo de você! Na verdade, esse é um verbo que não se aplica somente no passado, afinal ele nunca deixou de ser conjugado em meus dias. Talvez em alguns momentos eu não tenha sabido vivenciar essa emoção, talvez em algum momento você também não o tenha sabido como me confessara certa vez, o que sei é que apesar de meu silêncio, tudo o que te disse continua valendo e que eu nunca desisti de você. Eu só queria que soubesse disso.

Carolina Braga, 30 de set. de 10.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Uma chance para nós




Já faz algum tempo, mas o sentimento que em mim permanece, reveste cada pequena lembrança com a mesma cor e o mesmo tom das coisas que pulsam na vida lá fora. Você continua acontecendo em mim. Engraçado como até o teu silêncio grita aos meus ouvidos e tua ausência é sentida como a mão que toca uma ferida. Inúmeras vezes desejei te dizer estas coisas e tantas outras, e se agora ensaio fazê-lo nessas poucas linhas, não é porque me atrevo a pensar que conseguirei verbalizar aquilo que toda minha verborragia durante tanto tempo não soube, - ou não pode -, te fazer conhecer. Não. Essa é apenas mais uma tentativa de alcance, ou talvez, simplesmente uma chance que estou a me dar. Uma nova chance de resgatar o que de mim em meio a tudo isso se perdeu e o que de nós eu espero poder comigo levar.


Carolina Braga, 14 de set. 10.

domingo, 12 de setembro de 2010

Marcas da vida




“Carol, você assusta.” Ouvi isso não tem muito tempo com certo pesar, por mais que eu soubesse que a pessoa que deferia esta sentença tivesse a melhor das intenções e que isso iria passar, que essa digamos visão romântica acerca da pessoa que vos fala iria findar. Sabia disso pelo simples fato de essa não ser uma situação exatamente nova pra mim. E pela simples circunstância de que todo susto é seguido de fuga. De certa feita uma pessoa declarou que eu a assustava, pois a fazia pensar, pensar se um dia havia tido uma possível doçura que eu preservava e que ela nem sabia se de fato um dia possuíra. Sinceramente, não sei o que dizer a respeito disso. Na verdade, esse é o tipo de momento em que as palavras me faltam e o silêncio prenuncia uma ruptura. Estranhamente, ao longo da minha vida as pessoas que me ofertaram as palavras mais bonitas, foram aquelas que se comportaram de maneira mais contrária ao que diziam. Talvez normal seja não causar reflexão. Talvez normal seja ser superficial. Possivelmente isso não cause nenhum espanto. E quem sabe, assim se viva sem tantas marcas e sem tantas histórias pra contar.

Carolina Braga, 12 de set. de 10.


“A inocência é boa pra quem sabe amar.” Rosa de Saron ;D

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Ressalva




Já faz algum tempo que pensava em fazer aqui um adendo que pode até soar como uma obviedade, - ou não -, mas que diante das circunstâncias atuais, ou melhor, dos dias atuais, e do respeito que tenho pelas pessoas que possam por ventura ler o que aqui escrevo, gostaria de ressaltar que esses pequenos textos são apenas crônicas, que falam sim um pouco de mim, como falam um pouco de outros, mas que as coisas não acontecem exatamente nessa mesma ordem e às vezes os outros se classificam assim mesmo: no plural. Tendo em vista isso, posso falar de mim, de outra pessoa e existir ainda um terceiro elemento que pro segundo não existe qualquer relação. Sinto-me sinceramente um pouco enfada em tentar explicar as motivações do que aqui registro, mesmo por que, por vezes essas motivações são apenas ilustrativas. Me pego admirada com a ironia da vida e esse espanto me dá a ciência do quanto as palavras, vez ou outra, - assim como todo o resto - podem tomar a forma que bem quiserem e até mesmo fugir ao nosso controle. Já escrevi aqui sobre meu sentimento em relação a minha avó e houve quem o interpretasse como uma carta de uma mulher apaixonada a um homem ingrato. Muitas coisas parecem, há muito que fica a espreita, a essência pede um olhar demorado.

Carolina Braga, 26 de ago. de 10.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Só porque é triste o fim




Desde o início as coisas não foram fáceis para nós. Nossa relação sofria de uma espécie de falta de entendimento crônico. Não compreendia de onde ele advinha, nem por que existia, mas ele estava ali, sempre a nos espreitar de maneira às vezes pouco nociva e em outras, destrutiva. Talvez as coisas fossem diferentes se as circunstâncias fossem outras, - talvez não. Talvez isso não tenha tanta importância pra você agora, - como não tinha antes – eu não sei e nesse momento esse não saber dói bem menos e já não é mais busca premente pro que quer que seja. Acho que poucas coisas na vida, de fato, necessitam dessa tal de urgência. Ontem eu te disse: “Você é livre, se quiser: pode ir.” E você prontamente colocou sua mochila pouco pesada nas costas e partiu, sem nem olhar para trás. E então, finalmente eu entendi: esta foi uma história que você nunca quis verdadeiramente bancar e eu sou a companhia que você nunca desejou, de fato, ter.

Carolina Braga, 23 de ago. 10.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Uma pausa - para elas e para nós











Andei ensaiando te dizer as mesmas coisas de sempre em um tom diferente. Aconteceu que o tom não encontrei e assim, calei. Nesse silêncio me dei conta de que talvez essa fosse a única maneira de me fazer ser ouvida, e quem sabe, compreendida. Na verdade, nesse momento esse desejo já nem mais existia. Percebo claramente que a verborragia era só força do hábito. As palavras sempre foram a minha salvação e a minha perdição. Eu sei bem disso. Você também sabia. Mas o que fazer se sem elas eu me sentia tão solitária e até mesmo frágil? Elas eram a minha companhia mais fiel. Não, elas não me traíram e nem disseram “adeus” sem dar a menor explicação. Eu que resolvi dar uma folga à elas – à elas e ao meu coração.

Carolina Braga, 09 de ago. de 10.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Amigo de verdade




O que é ser amigo de verdade? Em um mundo tão incrédulo e, por vezes, imundo, há quem simplesmente desconheça a experiência de vivenciar algo assim tão íntegro e puro. Sim, eu falo de amizade. Dessas com “v” de verdade e “i” de irmandade. Eu falo de duas almas que mesmo a distância se abraçam e são capazes de deixar o outro com a sensação de estar com a mão sendo segurada e até mesmo apertada, um aperto de “eu estou aqui”. Ter um amigo é não precisar se explicar a todo o momento, pois simplesmente inexiste o julgamento. Ter um amigo é ter alguém que é capaz de encontrar em meio as nossas inúmeras imperfeições sinais do Divino e insistir para que nossas melhores sementes floresçam em nós. Eu, graças aos céus, sempre tive quem não desistisse de mim, talvez por este motivo eu sempre tenha lutado tanto por tudo isso que de tão imensurável não pode ser falado, mas que com um simples olhar pode facilmente ser compreendido.

Carolina Braga, 20 de jul. de 10.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Agora sim, o que faz sentido




Eu insisti. Sim, eu tentei, eu lutei por você. Talvez mais do que deveria, não sei. Mas para mim agora está claro que não dá mais. É até bastante bonito essa coisa de insistir, sabe; mas não é bonito quando isso implica na desistência de nós mesmos. Quando lutar pelo outro representa a nossa própria perda. É disso que estou falando. É isso o que você provavelmente não entenda. Talvez alguma coisa faça sentido quando você se der conta de que o telefone não vai mesmo tocar, de que isto não é remediável e de que, agora sim, o ganho é todo meu.

Carolina Braga, 14 de jul. de 10.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Rosa de Saron







Eu olho a minha volta e vejo muitas coisas acontecendo, muitas vidas não sendo, muitas histórias interrompidas por vidas que não sabem ser vividas. Vejo também muitas rosas de saron, raras rosas nascendo em solos completamente inférteis - sem água, sem alimento, sem cultivo ou o menor cuidado. Vejo muitas coisas que poderiam ser e não são, e outras que tinham tudo pra não ser e milagrosamente o são. E mais do que ver, eu sinto, sinto como o pulsar de meu próprio coração, a vida lá fora florescer e inúmeras razões pra regar as boas sementes que ainda persistem nesse chão.


Carolina Braga, 08 de jul. de 2010.

sábado, 26 de junho de 2010

O som do meu coração


Eu olho à minha volta e vejo muitas coisas sem sentido. Olhares que nunca se cruzam, mãos que não se alcançam, corações que continuam a bater sem saber porquê. Órfãos de pais vivos, pais que pedem colo à filhos. Papéis totalmente invertidos. Meninas que são obrigadas a virar mulheres antes da hora, homens que passam a vida a se comportar como meninos. Pessoas que sofrem de insônia por terem muitas contas acumuladas, daquelas que não se quitam em bancos e que inexiste a possibilidade de desconto. Vejo gente se matando todo dia, um pouquinho mais, e a dor já não é agravante para se julgar mais nada. É um beijo seguido de tapa pra cá, é um tapa seguido de beijo pra lá. É a própria "Sodoma & Gomorra". É a promiscuidade de valores e sentimentos se instaurando em corações desabitados, completamente abandonados. Eu sempre quis mais do que isso, eu sempre guardei meu coração para mais do que isso. Talvez por esta razão, ele continua a bater ao som da mais bela canção. Aquela que nunca cessa de tocar, aquela que nunca canso de ouvir.

Carolina Braga, 26 de jun. de 10.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Você, minha razão e certeza de todo tempo



Eu aprendi a andar quando poderia não ter pernas, eu aprendi a cantar quando poderia não ter voz, eu aprendi a Te ler quando poderia nem mesmo ver. Eu aprendi tantas coisas quando poderia nem ter sido, - nem por um instante. Eu levei pouco tempo pra perceber tudo isso, eu levei ainda menos tempo pra entender que por mais que não soubesse ainda como Te chamar, que Você estaria lá para ouvir o meu chamado. E ‘lá’ é onde Você permanece, por mais que não haja chamado, por mais que às vezes eu queira levar sozinha todo o fardo. Tudo o que sou e tudo o que faço, tudo que serei e farei, tudo só tem sentido por isso. Porque eu sei que essa é a única certeza que nenhum terremoto jamais demolirá.

Carolina Braga, 18 de jun. de 10.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Para sempre você






Ontem me deu vontade de te dizer coisas que não disse. De viver coisas que ficaram pro amanhã e que o amanhã não permitiu acontecer. Desejei simplesmente olhar pro lado e ver você ali, eu quis sentir você mais perto de mim. Quis tantas coisas, com um querer de tamanha intensidade que me esmagou o peito, me tirou as palavras e deixou para os olhos a incumbência de dizer algo que poema algum é capaz de materializar. Eu quis que tivesse dado tempo, que tivéssemos tido mais tempo. Eu quis tanto que de alguma maneira fui atendida, e você aqui comigo permanece.

Carolina Braga, 14 de jun. de 10.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sobre a fome de cada ser




Você que me pede pra matar sua fome; eu me pergunto: “até onde eu também mato o homem?” Aquele homem que é dono de tantas fomes e que há muito já morreu de algumas delas. Aquele homem que bate em portas que não se abrem, que abre a mão pra receber ‘qualquer coisa’ e o que recebe é quase nada. Homem o que eu posso verdadeiramente fazer por ti? Eu gostaria de ao invés de dar o que me pedes dar o que precisas. Mas o que de fato você necessita? Que vazio é esse que comida não preenche e que analista não entende? Chego até a me perguntar quem de nós é mais miserável, se é você que desesperadamente me estende as mãos, ou se sou que covardemente não as alcanço. Oh homem, espero que ao menos um dia descubras que há um Deus que habita em ti, e que é esse mesmo Deus o único que poderá teu maior vazio saciar.

Carolina Braga, 10 de jun. de 10

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Minha nova escolha




Eu tentei - você não poderá nunca dizer o contrário. Cheguei a pensar que poderia sustentar a mim e a você em meu colo largo, afinal como sabemos eu sempre fui meio grande. Mas ocorre que o coração que me carrega é pequeno demais para nossos medos e desalinhos todos juntos. É uma soma cruel e desumana. A sua anatomia não permitiu e tudo ruiu. E as coisas ficaram assim meio desarrumadas e eu sem saber direito o que era você e o que era eu fui recolhendo tudo com cuidado e tratei de enredar em uma segunda tentativa fadada a um novo fracasso. Eu falei: “Vamos lá!” E o que aconteceu é o que eu já pressentia. Os fatos não mudam, ‘fatos’ não possui opinião, fala, consciência. Pessoas sim, quando possuem além de todos esses pré-requisitos, alguns outros como coragem, bom-senso e atitude. Eu esperei por você, você esperou por mim e nenhum de nós chegou a nenhum lugar. Enredei em outras escolhas e em nenhuma delas obtive a resposta que desejava. Então, finalmente percebi que nem sempre desistir significa retroceder ou perder, pelo contrário, às vezes desistir representa justamente nossa carta de alforria para uma vida mais leve e com algum sentido. Enfim, descobri que existe uma menina que só precisa da mão da mulher em que nela habita e que essa mesma mulher, é adulta o bastante pra bancar a responsabilidade de criar uma menina nesse mundo cruel e insano.

Carolina Braga, 04 de jun. de 10.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

A Hora da Virada










Já faz algum tempo, - não muito -, mas tudo está quase que completamente diferente. Eu antes imaginava que a essa altura eu teria mais certezas que dúvidas e eis que de não-saberes sem fim são tecidas a minha história. Todas as promessas de amor e fidelidade se dissiparam com tamanha facilidade que mais pareciam pó. Longe de ser rocha, longe de ser algo em que eu pudesse nos momentos de fragilidade me apoiar. Sempre tive uma mania – talvez a primeira vista estranha – de querer me bancar sozinha. Acontece que faz bem pouco tempo que resolvi pagar pra ver e constatei que as falas que me eram ditas, eram como que em um passe de mágica esquecidas por aqueles que a proferiam. Engraçado, talvez a fora de contexto seja eu que sempre levei tão a sério as palavras e ainda mais a sério, as pessoas a quem as dedico. Enfim, eu não sei de quem foi o erro, só sei que a partir de hoje eu quero ser mais feliz em meus acertos.

Carolina Braga, 02 de jun. de 10.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sobre aquilo que me falta

















Viver. Eita verbo complicado de se conjugar! Especialmente quando aplicado fora do papel. A ordem se inverte e de repente, você percebe que não há regra que sustente uma razão ou circunstância. Num mundo em que palavras não têm muito valor é necessário se valer de algo mais concreto, algo que o vento não possa levar e que possamos ver para crer - como dizem. (Em um mundo tão cético, é como se aquilo que não pudéssemos enxergar simplesmente não existisse). Tudo a cada dia está mais estranho para mim. Engraçado perceber isso, porque pela lógica eu deveria estar depois de todo esse tempo mais familiarizada com as questões de sempre, mas as respostas não me satisfazem e eu quero mais. E eu vou em busca disso, desse tanto que me falta. Às vezes penso não chegar a qualquer lugar, porém, sinto que parada que não dá pra ficar, estática como muitos a observar tudo de uma vitrine com a roupa, a pose e todas as outras coisas que nos oferecem mediante intermináveis prestações. Escolho então ficar com o mesmo jeans surrado, a mesma cara lavada e a mesma vontade de um tanto que não alcanço, mas que não desisto de um dia encontrar.

Carolina Braga, 26 de mai. de 10.


PS: Priscilla, MUITO obrigada pelas doces e generosas palavras. Uma grata surpresa, sem dúvidas! Por favor, envie sinal de fumaça mais vezes, rs. De qualquer maneira, é muito bom saber que tem alguém aí. Esse dedico a você. Beijos especiais! :)

terça-feira, 20 de abril de 2010

Para os palpiteiros de plantão


Diz um ditado que se conselho fosse bom ninguém dava: vendia. É a velha e boa sabedoria popular falando mais uma vez com conhecimento de causa. Não, eu não sou nenhuma radical-extremista-esquerdista no que diz respeito a isso, mas confesso que sempre fico tensa quando alguém me solicita um desses, digamos, palpites. Bem como, frequentemente me vejo sem palavras, diante da falta de bom senso e outras coisas mais, quando um cristão (ou não) inventa de tirar da manga uma de suas filosofias de vida furada e jogar na minha cara. Detalhe: Sem nenhuma solicitação da pessoa que vos fala. Sei lá, acho essa uma questão demasiado complicada, que como todas as outras, a teoria difere consideravelmente da prática. Pois, a meu ver, é impossível conceber a vida nos moldes da mais brilhante (ou nem tanto assim) dissertação de mestrado, ou tese de doutorado, como queira. Cada qual sabe de si e se não sabe, não há mãe, amigo ou psiquiatra que possa fazer o trabalho.

Carolina Braga, 18 de abr. de 10.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Do que restou de nós
















Agora já não dói. Aquela sensação de sufocamento, como se meu peito estivesse sendo esmagado, passou. Sumiu como se a pressão que era sobre ele dispensado tivesse, enfim, resolvido deixá-lo respirar normalmente, tranquilamente. Posso sentir o ar circular em meus pulmões como o vento que dança com a folha de papel na calçada da minha casa. É tão mais simples simplesmente ser. É nesse momento que há de fato o nosso encontro e não quando nos enredamos em questionamentos e dialéticas céticas sobre aquilo que só é possível ser concebido quando vivido. Inspiro e expiro. E o que entra e sai de mim já não me causa dor, já não é mais insalubre ao que do nosso amor restou.

Carolina Braga, 16 de abr. de 10.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Nosso Estranho Amor




Ontem ouvi uma música de amor que me fez lembrar você. De todo o amor que te dei, de todo o amor que guardei. Me fez lembrar também todo o amor que recebi de você e de toda a dor que o teu desajeitado amor me causou. Você - melhor que ninguém - me ensinou como um amor pode doer. Você - como ninguém mais - me mostrou que existem sim amores que não podem ser concebidos na ação, mas apenas, restritamente e sempre no coração.
Foi estranho te ver esses dias. Foi estranho te ver e não poder te dar todo esse amor que aqui dentro permanece e que a despeito da escassez da chuva, floresce. Eu sei que foi estranho pra você também, pois te conheço tão bem que você sempre soube ser inútil qualquer tentativa de dissimulação, ainda que tantas vezes as tenha pra mim ensaiado. Você sabia. Eu sabia. Nós sabemos.
Eu não direi ‘nunca mais’. Tampouco direi ‘até mais’. Eu não direi mais nada. Palavras, para nós, já passaram do prazo de validade.

Carolina Braga, 15 de abr. de 10.

domingo, 4 de abril de 2010

A esperança que cai do infinito


















Chove lá fora e aqui dentro a temperatura está amena. Coração batendo em ritmo normal, pulsação idem, tudo na mais perfeita ordem.
Eu sempre gostei muito de chuva, e continuo gostando, – a cada dia mais. Há quem a considere um passaporte para a melancolia, para mim, ela é um convite para adentrarmos mais profundamente em nosso próprio universo, lugar do qual a maioria de nós raramente visita. (Daí a implicância com as inocentes gotas que do infinito caem).
Chuva; água que floresce, que limpa, que deságua sobre nossas casas e sobre nossas almas um pedacinho do mistério da vida que só é perceptível aos sentidos. Chuva, que faz renascer a esperança no coração de muitos que vivem sob os solos quase inférteis do nosso sertão. Ó Chuva, completa o teu ciclo e leva contigo toda a impureza desse chão.

Carolina Braga, 31 de mar de 10.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Para cada qual o seu quadrado



Não se engane, a esmagadora maioria das pessoas que conhece não se importa verdadeiramente com você, mas com aquilo que pode obter através de você, ou seja, com aquilo que você pode a ela oferecer – seja um ombro, um conforto, uma carona, uma roupa ou um dinheiro emprestado. Óbvio que todos somos movidos a interesses, mas o que os diferencia é a sua natureza, os seus meios e seus fins. E em geral, esse ciclo inicia e termina sempre em torno de um só umbigo. Você está ‘por cima’? Existirão pessoas sem número para alimentar em você a falsa ilusão de que é popular, de que metade do mundo te ama e que a outra metade gostaria de fazer parte de sua vida – ah, pra sempre é claro, que só por algumas semanas, meses e até anos não é o bastante. Agora, se você está ‘por baixo’, 98% dessas mesmas pessoas, por qualquer ou nenhum motivo, estão muito ocupadas para você. Engraçado, justo elas que estariam ao seu lado a todo o momento, sob qualquer circunstância; justo elas que juraram amor eterno. Pois é, hoje ama-se muito e demasiadamente com a boca, parece que esqueceram que essa função foi delegada ao coração e por esta razão, só ele pode desempenhá-la com veracidade e maestria. Tem uma pseudomúsica que berra aos ouvidos: ‘cada um no seu quadrado’. Essa não é uma pseudoverdade. É fato, realidade.

Carolina Braga, 23 de fev. de 10.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Vontade que dá... e não passa




Você já sentiu vontade de colocar seu celular e todas as suas outras coisas dentro de um aquário pra elas afundarem? Você já sentiu vontade de sair, pra nunca mais voltar, só com a roupa do corpo, sem dinheiro, passaporte ou papagaio à tira-colo, sem ter sequer a mais leve suspeita de onde seus pés lhe levariam? Você já sentiu vontade de mandar pelo menos metade do mundo à p* que os pariu? Bem-vindo (a) ao clube! ;)

Carolina Braga, 22 de fev. de 10.

Abaixo os domingos!

Segunda-feira. Não consigo entender o que as pessoas têm contra as segundas-feiras. Dia de recomeço, de princípio, de dia atarefado, dia de rever e fazer novos planos. É um dia com propósito, motivo justificado, ou seja, um dia com razão de ser. O que eu entendo menos é a ansiedade de tantos para a chegada do fatídico domingo. Eita dia pra ser mais sem sentido! Por mim, poderia ser riscado do calendário. Domingo não tem nada pra fazer e por mais que inventemos, ainda sim, fica com a aparência de vazio que não pode ser preenchido. Dia que chova ou faça sol, tem sempre a mesma vibe: sem graça. Você tira o sono atrasado, assiste filmes, faz inúmeras ligações, visita um amigo e o dia ainda está longe de chegar ao fim. As pessoas parecem ficar em stand by, as coisas definitivamente não seguem seu curso natural. Viva o ritmo frenético! Abaixo os intervalos cibernéticos! Viva as segundas-feiras! Abaixo os domingos! É essa a revolução que eu quero.


Carolina Braga, 22 de fev. de 10.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Sobre deixar ir





Esses dias assisti a um filme que já há algum tempo desejava ver: Uma Prova de Amor, inspirado no romance de Jodi Picoult. A circunstância de ser baseado em fatos reais é um trunfo que costuma me ganhar de cara, independente da história. Talvez por oferecer a este um caráter comprovadamente real, por assim dizer. Eu sempre gostei de saber o que se passa na cabeça, e, especialmente, no coração das pessoas que possuem uma vida consideravelmente diferente da minha. O engraçado, é que, por exemplo, nesse filme especificamente falando, mais uma vez me dou conta de que apesar dos dramas pessoais, estruturas familiares e tudo o mais serem distintos, certas coisas, simplesmente são iguais pra todo mundo. Se eu, ou qualquer outra pessoa do mundo, colocar a mão no fogo iremos nos queimar; todos (sem exceção) sentimos medo; eu, você, seu irmão, seu pai, sua mãe, seu vizinho, todos precisamos de um pouco – quando não, de muita – compreensão. Esse filme fala de um momento tão recorrente e difícil na vida que é nos despedirmos daquilo que por tanto tempo ficou (ou nem tanto assim) e que não só ficou, mas fincou raízes profundas em nosso coração, de tal maneira, que nele alimentamos a esperança de jamais precisarmos viver sem esse cultivo e seus frutos todos. Fala e por vezes até grita, sobre a coragem e a nobreza de deixarmos ir o que tiver que ir. Seja um amigo, um amor ou um filho. Tarefa nada fácil, é fato. Principalmente, porque às vezes quem precisa ir somos nós e não temos coragem de dizer adeus a tudo o que precisamos deixar para trás para seguir mais leves e podermos levar na bagagem só o que for realmente necessário. No final das contas, esse filme, a vida e todo o resto, deixa mais que claro que a separação é inevitável e quando retardada, apenas é mais sofrida.

Carolina Braga, 16 de fev. de 10.

-

PS: E sim, eu indico o filme. ;]

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Talvez não


Em nunca fui muito boa em dizer 'não'. Talvez porque pronunciar essa palavra sempre tenha soado para mim como uma espécie de sentença definitiva e inegociável, impossibilitando recursos de apelação ou qualquer tipo de alegação. Eu gostava de pensar que as coisas, de repente, tinham jeito e que, quem sabe, ainda seria possível virar o jogo nos 45 do 2º tempo. (Quem sabe a prorrogação não me favorecia?) Talvez essa fosse a minha maneira de ser otimista, ou de simplesmente alimentar amargas e inúteis espectativas. Os tempos mudaram e acabou que o tal do 'não' passou a fazer parte do meu dicionário e eu até descobri que ele nem sempre é o vilão da história. Na verdade, eu descobri que não existem vilões - nem mocinhos. Me dei conta de que perder às vezes não é assim tão ruim e que ficar, frequentemente causa mais estrago que partir.

Carolina Braga, 08 de fev. de 10.

domingo, 31 de janeiro de 2010


Passos lá fora, vozes conhecidas, ruídos diversos, telefones que chamam por alguém que não é ela, simplesmente porque ela não está ali nem para telefones, nem para qualquer coisa parecida ou diferente disso. A porta fechada é um aviso subliminar que frequentemente é ignorado e desrespeitado. Dizem que ali é frio e escuro, dizem muitas coisas e ela só quer silêncio. Nada mais. Silêncio pra se ouvir, pra ouvir aquela voz baixa e que a acalma. É daquelas palavras que ela precisa, palavras que não podem ser ditas, sequer reproduzidas. Papel e caneta são suas melhores companhias. Sempre foram. Sempre serão. Nas linhas em que ensaia desenhar o formato de suas emoções, encontra-se mais dela do que muitos jamais saberão.Ela desistiu de ser entendida, desistiu de tentar entender porque não lhe entendiam, ela desistiu de quase tudo e agora, mais do que nunca, sua luta é por sua própria vida. Acho que ela precisava justamente disso, abrir mão de várias coisas, quase tudo, pra poder abraçar como se deve a si mesma.O barulho lá fora persiste e ela insiste em não desistir de ouvir a tal voz, a tal voz que diz o que ela precisa ouvir e que não pode sair de outro lugar que não seja aquele, lá dentro, lá fundo, lá onde ninguém pode segurar a sua mão. Lá onde ela só possui a sua própria companhia e, ironicamente, nunca se sente sozinha. Esse sempre foi seu esconderijo, seu abrigo, seu trunfo. Essa sempre foi sua saída pros momentos em que entrava numa fria. Esse sempre foi seu ponto de partida para a próxima cilada. Esse sempre foi o lugar para o qual voltou depois delas. E assim continua sendo. Por que muitas coisas mudaram lá fora e ali dentro, mas o desejo de que é pra este lugar que ela sempre irá voltar, esse permanece, intacto.

Carolina Braga, 27 de jan. de 10.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Ainda


É tanta coisa, sabe. Um tanto que vive a pesar de maneira quase insuportável, já que se ainda sigo, é por que ainda não chegou o meu limite. Coisas que eu jamais saberei dizer, marcas e palavras que jamais terei como apagar de mim, pois elas de alguma forma se entranharam pelos cantos mais recônditos de minha alma e se livrar de tudo isso, estranhamente significaria ficar vazia. Porque tudo o que é bom e ruim está tão misturado, que às vezes, fica difícil distinguir. Não sei se me sinto grata, não sei se digo que nada valeu a pena, eu simplesmente não sei. E a cada dia que passa esse saber se revela ainda mais minúsculo – como tantas coisas que ainda se encontram por aqui. Faz um tempo que desisti de entender, é que acho que você não sabe, mas estou tão cansada. Exaurida pra ser mais exata. Às vezes, chego a, por um instante, duvidar de que alguém ainda mora aqui. Penso no que poderia ser pior, penso no que poderia ser melhor e não consigo refletir com a menor clareza a respeito. Resultado? Não chego a nenhuma conclusão. Francamente, nem mesmo tenho a mais leve suspeita pra que direção me leva esses passos. Mas, de uma coisa ainda sei: esse coração que os guia, veio com defeito de fábrica.

Carolina Braga, 24 de jan. de 10.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Explorando o desconhecido



Eu sempre tive uma certa tendência ao saudosismo. Antes era demasiado custoso pra mim desapegar-me do que outrora me fizera feliz, talvez fosse medo de me jogar no desconhecido, medo de não saber encontrar uma nova maneira de sorrir novamente. Mas sentimentos, assim como os dias que passam, mudam de cor e de sabor. E muito do que já foi azul e doce, vi transformar-se em nublado e senti o gosto amargo. Ando descrente de muitas coisas e uma delas é essa tal eternidade de sentimentos e ideias, da qual as pessoas em geral não querem de nenhuma maneira se desacorrentar. E são exatamente essas correntes que as impedem de vivenciar aquilo que seus pés escolheram não explorar, por preferirem seguir pela velha, conhecida e, desnecessariamente, sofrida estrada. Há muito do que desejo alcançar, e é justamente por isso, que eu vou tua mão largar.


Carolina Braga, 15 de jan. de 10.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Essa tua incapacidade


Eu fui até lá porque eu precisava saber como seria, o que eu sentiria ao me deparar com tua verdade assim tão nua, tão cruelmente dura. Eu precisava ver para crer, sentir na pele para compreender que não importa o que eu dissese ou fizesse, nós habitávamos em mundos completamente distintos. Muitas vezes eu quis fazer parte do seu, eu quis até mais que isso, eu quis fazer parte do que existe em você de mais íntimo. Eu quis tanto sem nunca saber se um dia você desejou o mesmo. Não há empecilhos demográficos, físicos ou sociais entre nós, o que existe somente é tua profunda incapacidade de se deixar ser cuidado e amado por quem quer que seja. De nada adianta a minha vontade e empenho em ser para você o que um dia com os olhos marejados me pediu, se você simplesmente não possui a menor vocação pra ser feliz.

Carolina Braga, 12 de jan. de 10.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Você, inalcançável



Muitas coisas deixei de te dizer, por ter dúvidas quanto a sua vontade e disponibilidade de me ouvir. Muitas cartas não foram enviadas, pequenos mimos engavetados e você certamente jamais se dará conta disso. Eu nunca entendi o que você queria de mim, ou se de fato um dia desejou algo. Mesmo tendo realizado esforços sobre-humanos pra isso, eu sinto como se nunca tivesse sido capaz de te alcançar. Talvez tenha sido afoita demais em não perder sequer nenhum breve instante de nossos momentos, que sempre representaram tanto pra mim. Talvez eles não fossem suficientemente significativos pra ti. Por algumas vezes foi como se quase tivéssemos sido. Mas agora percebo, seus braços há algum tempo para mim até se abriram, o problema é que eles se esqueceram de os meus encontrar.

Carolina Braga, 11 de jan. de 10

sábado, 2 de janeiro de 2010

Começo


Mais um ano se inicia e nunca um ano teve tão cara de começo, como esse agora tem para mim. Pela primeira vez, ao avaliar tudo o que passou nesse ano que há pouco findou, eu não consigo vislumbrar sequer um aspecto negativo, nem lamentar qualquer coisa que seja. E a isto incluo pessoas, pois algumas delas são tão desprovidas de sentimento e verdade, que mais parecem isso mesmo: coisas.Tudo está tão ampla e profundamente claro para mim, que nem preciso de óculos e proximidade para enxergar. Tá aí, hoje há muito pouco do que desejo, de fato, proximidade. Às vezes, perder é ganhar, e, talvez, mais vezes do que possamos imaginar.Esse ano que acabou, levou consigo inúmeras concepções que, hoje, me parecem tão tolas quanto acreditar pura e simplesmente naquilo que sai da boca de qualquer pessoa. Graças aos céus, eu já não partilho dessa mesma ilusão comum a tantos. Quem quiser me causar convencimento a partir de então, terá que fazer uso de outra ferramenta de comunicação. (Que tal começar pelas ações?)Eu já não busco porquês, eu já não tento sequer entender. Perdi muito tempo com coisas do tipo e essa foi uma perda sem ganho.Eu já não imagino a realidade como eu gostaria que fosse, eu simplesmente a aceito e concebo exatamente como é. E mesmo sendo por vezes tão dura, já não dói como antes e me sinto mais leve - como nunca.Verdade universal: cada um só dá o que tem e alguns recebem o que não merecem. Mas acredite: tanto o ato de dar, quanto o de receber, começa e termina sempre em você. Não se exima dessa responsabilidade, isso é o que costuma causar aqueles estragos que você acredita serem inevitáveis.Seria bacana se esse ano fosse um ano feliz pra todo mundo, né?! Será?? Parece-me que tem gente que não tem muita vocação pra ser feliz e que nem a isso, de fato, almeja. Então, que cada um exerça seu livre-arbítrio com responsabilidade e leveza. É, acho que isso já tá bom tamanho.

Carolina Braga, 01 de jan. de 10