sábado, 24 de dezembro de 2011

Sobre acreditar




Fazer a diferença. Todos já ouvimos algo sobre isso alguma vez na vida. Provavelmente, a maior parte de nós já pensou em como poderia fazer essa diferença acontecer. É engraçado, mas de alguma forma sempre me senti inclinada a acreditar que eu poderia fazer isso funcionar e sim, eu ainda creio nisso. De certo não acredito em um sem-número de coisas que acreditava desde que esse pensamento me ocorreu pela primeira vez, mas quem sabe eu não precise acreditar em tantas coisas assim para continuar a ter fé. Quem sabe, eu nem precise de muitas coisas para o que quer que seja. Quem sabe, eu não precise ter certeza de nada além disso. Possivelmente, a minha fé é tudo o que eu preciso. Já me roubaram muitas coisas, mas ela sempre encontrou um meio de me encontrar, como aquela moeda que se esconde em um bolso qualquer sem que nos demos conta de que ela existia, até o dia em que a encontramos. A nossa expressão nesse momento é sempre de surpresa e alegria, como quem descobre um tesouro. É exatamente isso que ela é. Sem ela nenhuma riqueza possui valor.
Creio que só podemos fazer algo diferente quando temos uma maneira diferente de enxergar as coisas e proceder com elas. A diferença pode ser feita de inúmeras formas e na vida de um número indeterminado de pessoas, para isso precisamos apenas não perder a fé. Com ela, nunca estamos perdidos de fato. Sem ela, jamais poderemos encontrar o caminho de volta para casa.

Carolina Braga, 24 de dez. de 11.


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FÉ: Confiança absoluta (em alguém ou em algo); crédito.

Fonte: Houaiss.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Sobre o que não se pode mudar





Eu não atendi ao telefone porque as coisas que tinha pra te dizer outro dia já expiraram em seu prazo de validade. Hoje elas não fariam mais sentido. Eu não retornei pra dizer uma coisa qualquer, porque sinceramente acredito que mereçamos algo mais que subterfúgios tolos e palavras vazias. Ainda hoje, há momentos que não sei se devo ir adiante com você ou se devo me resguardar. A verdade é que sinto que, às vezes, ainda te assusto. E me sinto estranha em relação a isso. Eu não quero provocar essa sensação em você. A gente tem algo tão bacana e temos tanto para ser algo mais do que isso. Não sei se entende, mas apesar de tudo, eu estou bem em relação a nós.



Carolina Braga, 10 de dez. de 11.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Confiar nos dias que correm




Ontem vi o trailer de um filme que de cara me ganhou. Hoje mesmo o assisti na íntegra e o mesmo não decepcionou. Confiar é um desses filmes que você facilmente consegue ver como se fosse uma cena da vida real fotografada, só que com falas e projetada na tela da TV ou do computador, como queira. O filme narra uma história deveras atual no que diz respeito à maneira que hoje nos relacionamos. O filme aborda inúmeras outras questões, como por exemplo, a nossa total vulnerabilidade em relação à vida. Por mais que nos protejamos, estamos todos, sem exceção, sujeitos a tudo. (Essa foi uma lição que desde cedo tive que aprender). Confiar é uma reflexão necessária, que nos leva a pensar acerca do significado desse verbo tão difícil de conjugar nos dias que correm. Em quantas pessoas você de fato confia? Ou melhor, quantas pessoas você conhece que são dignas de sua confiança? A internet nos trouxe muitos benefícios, mas com ela tudo de alguma maneira tornou-se mais definitivo e fugaz ao mesmo tempo. Hoje não podemos mais tomar um porre na festa de um amigo sem o receio de que no dia seguinte essa cena esteja sendo vista por milhares e quem sabe milhões de pessoas em um site qualquer. Hoje é como se nossos erros fossem todos passíveis de se tornarem perpétuos, sem direito a absolvição. Adiciona-se a redes de relacionamentos pessoas que mal se conhece o nome e que nunca mais verá novamente. A ideia é ser visto como amado, popular. Quanto mais ‘amigos’, mais popular, mais amado. O problema é que essa equação está sempre errada. E nesse caso, não há exceções. Por Deus, quem possui conhecimento razoável sobre a vida de 800 pessoas – sem contar com o que (não) se vê nas inúmeras fotos de sorrisos amarelos??? Andei um tanto quanto avessa a esse tipo de coisa, há quem me considere meio antiga, do contra, não importa, nunca fui ‘maria-vai-com-as-outras’ mesmo. E acredite, isso me salvou de muitos arrependimentos. Todos estamos sujeitos a nos decepcionar e, pior, vivenciarmos uma situação traumática por termos confiado em alguém que não merecia nossa confiança. Talvez uma forma de proteger o que existe de sagrado em nós, seja ofertá-lo apenas para quem já quis conhecer a outra parte não tão bonita, para quem de fato se importou em ir além de nossa superficialidade. Como costuma dizer minha mãe: Prevenir não nos torna salvos de nada, mas pelo menos aumenta consideravelmente as nossas chances.



Carolina Braga, 08 de dez. de 11.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Algo mais



Hoje vi uma frase no trailer de um filme que me soou como um déjà vu da minha própria vida. Já faz algum tempo e você de repente aparece como se nada tivesse acontecido, como se todo silêncio, distanciamento e inúmeros eventos não tivessem existido. Você me olhou com aquele olhar tão familiar para mim. Por alguma razão, não exatamente óbvia, esse olhar demonstrou inabilidade em exercer sobre esta que vos fala o poder que antes exercia. Por alguma razão não fiquei surpresa com esse repentino desejo de aproximação, como não fiquei nas inúmeras vezes que passou por mim e ignorou por completo a minha presença. Hoje sei o que quero e, definitivamente, aquela tua inconstância e dificuldade de enxergar o que te cerca não fazem parte do pacote. Como dizia no trailer do filme: “Eu te amo. Só não gosto mais de você.” E acredite, hoje seria preciso algo mais do que amor para me ter de volta na sua vida.


Carolina Braga, 03 de dez. de 11.