quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Confiar nos dias que correm




Ontem vi o trailer de um filme que de cara me ganhou. Hoje mesmo o assisti na íntegra e o mesmo não decepcionou. Confiar é um desses filmes que você facilmente consegue ver como se fosse uma cena da vida real fotografada, só que com falas e projetada na tela da TV ou do computador, como queira. O filme narra uma história deveras atual no que diz respeito à maneira que hoje nos relacionamos. O filme aborda inúmeras outras questões, como por exemplo, a nossa total vulnerabilidade em relação à vida. Por mais que nos protejamos, estamos todos, sem exceção, sujeitos a tudo. (Essa foi uma lição que desde cedo tive que aprender). Confiar é uma reflexão necessária, que nos leva a pensar acerca do significado desse verbo tão difícil de conjugar nos dias que correm. Em quantas pessoas você de fato confia? Ou melhor, quantas pessoas você conhece que são dignas de sua confiança? A internet nos trouxe muitos benefícios, mas com ela tudo de alguma maneira tornou-se mais definitivo e fugaz ao mesmo tempo. Hoje não podemos mais tomar um porre na festa de um amigo sem o receio de que no dia seguinte essa cena esteja sendo vista por milhares e quem sabe milhões de pessoas em um site qualquer. Hoje é como se nossos erros fossem todos passíveis de se tornarem perpétuos, sem direito a absolvição. Adiciona-se a redes de relacionamentos pessoas que mal se conhece o nome e que nunca mais verá novamente. A ideia é ser visto como amado, popular. Quanto mais ‘amigos’, mais popular, mais amado. O problema é que essa equação está sempre errada. E nesse caso, não há exceções. Por Deus, quem possui conhecimento razoável sobre a vida de 800 pessoas – sem contar com o que (não) se vê nas inúmeras fotos de sorrisos amarelos??? Andei um tanto quanto avessa a esse tipo de coisa, há quem me considere meio antiga, do contra, não importa, nunca fui ‘maria-vai-com-as-outras’ mesmo. E acredite, isso me salvou de muitos arrependimentos. Todos estamos sujeitos a nos decepcionar e, pior, vivenciarmos uma situação traumática por termos confiado em alguém que não merecia nossa confiança. Talvez uma forma de proteger o que existe de sagrado em nós, seja ofertá-lo apenas para quem já quis conhecer a outra parte não tão bonita, para quem de fato se importou em ir além de nossa superficialidade. Como costuma dizer minha mãe: Prevenir não nos torna salvos de nada, mas pelo menos aumenta consideravelmente as nossas chances.



Carolina Braga, 08 de dez. de 11.

2 comentários:

Ivna Pinna disse...

Lembrei agorinha mesmo que conheço e tenho vks confiáveis!
Tem coisas que nunca foram parar na internet! hahahahahaha

Tro!

Priscilla Carvalho disse...

Muito boa a reflexão, que vc sempre faz e muito bem. Confiança é mais que um voto, tem coração. Que poucos sabem cuidar. Beeijo