terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Uma nova chance


Mais um ano chega ao fim. É hora de fechar pra balanço e analisar os ganhos e custos. O que revelará os resultados? Será sempre ganhar ou perder? Não creio. A balança da vida nem sempre se manifesta de acordo com as nossas expectativas e valores. Nem sempre realiza sua contagem com a nossa lógica pragmática. Ela possui suas próprias medidas. Suas próprias conclusões – queiramos ou não. Então, o que fazer com a conclusão que nos será apresentada? De certo, esta apontará em uma direção e anulará outras possibilidades. Nesse leque de escolhas cabe a nossa percepção, coragem e clareza de espírito decidir o quê e como fazer. Acredite, é muito mais que matemática. É preciso ter foco e compromisso com o nosso destino. É preciso saber quando abrir mão para ganhar mais. É preciso não dar crédito a quem está sempre em débito. E, sobretudo, jamais assumir dívidas que não nos pertence. Cada qual com seu fardo. Cada qual com seu saldo. Havendo superávit ou não, amanhã é outro dia, uma nova oportunidade para recomeçar e atingir as metas almejadas. Que venha 2009!

Carolina Braga, 29 de dez de 08

domingo, 21 de dezembro de 2008

Eu, você e a vida


Incrível como cada criatura revela sua humanidade de maneira particular. Mesmo as que possuem afinidades e elos significativos, mesmo estas, ainda assim absorvem o mundo de maneiras diferentes. Nada é comparável a essa multiplicidade de sabores e somas. Tudo é consentido. Tudo é visto e vivido de posições e aspectos distintos. Como podemos querer o outro tão bem entender se mal compreendemos as motivações de nossos próprios sentimentos? Tem muita coisa que eu queria compreender, muita gente que eu gostaria de melhor aceitar. Mas não é fácil, nunca é quando falamos do que vem de fora e do sai dentro, principalmente quando estes se colidem, quando depois só resta o vazio. E há quem julgue que isso é uma questão de inteligência e eu afirmo que é muito mais de não saber, não saber que deseja algo aprender. É sentir, sentir sem conceitos pré-concebidos, sem limites, sem perguntas, sem exclamações ou reticências. É viver, viver sem se preocupar com o que vem depois, com o que há de se fazer depois. Eu tô falando do hoje, eu tô falando de mim e de você. Eu tô falando da vida. Do que não sei e do que jamais saberei. Dos lugares que jamais conhecerei. Das pessoas que jamais amarei. Eu sei que você está aqui ao meu lado, eu só queria sentir a sua mão.

Carolina Braga
(hoje)

domingo, 14 de dezembro de 2008

M. G.: Obrigada!




Há 12 anos a vida me deu um presente que de tão imenso será para sempre dádiva e dívida incomensurável. E afirmo com certeza absoluta: ela é o espelho mais límpido do que levo e do que sou aqui dentro. Muito mais que uma melhor amiga, prima ou uma irmã d’alma, ela foi/é de certo uma das mais felizes escolhas que fiz na vida. É com ela que sou mais eu, é ela que sabe de coisas que só eu sei, é ela que guarda meus maiores segredos e pesares, é ela que decifra meu silêncio, é ela que ouve meu choro antes mesmo de a lágrima cair, é pra ela que eu jamais poderia mentir – mesmo que quisesse, mesmo que soubesse. Foi ela que me apresentou a Deus e isso eu nunca vou esquecer. Como jamais esquecerei todo o resto. Em um mundo em que tantas pessoas só se interessam em receber, usurpar e explorar, coisas assim me fazem pensar. Pensar em uma outra vida, em uma vida com mais encontros assim, com mais pessoas afim de construir e nunca e em nenhuma hipótese ludibriar ou destruir.
Você certa vez me disse que eu sempre encontro o seu caminho e hoje sou eu que te digo: desde que te conheci minhas escolhas se tornaram mais fáceis, simplesmente por que eu sabia que a despeito de tudo, a sua mão eu teria.

M. G.: Obrigada!

domingo, 30 de novembro de 2008

S.O.S. SANTA CATARINA


Há uma semana abateu-se sobre Santa Catarina uma enorme tragédia que mobilizou todo o país. Confesso que só hoje parei para ler a respeito e acreditem isso nada tem a ver com descaso ou indiferença, apenas eu ainda não tinha estrutura para fazê-lo. Enfim, estou aqui me questionando acerca de qual é a medida mais eficaz que posso tomar para amenizar nem que seja em apenas 00000,1% a dor de uma dessas milhares de pessoas afetadas diretamente por tamanha calamidade.
É indiscutível que há muito mais do que fúria da natureza ou coisa que o valha. Isso é o que dói mais ao ver todas as fotos e relatos dessa triste história. Há falta de comprometimento e ausência de medidas preventivas para minimizar o impacto dentro daquilo que foi e é inevitável. E o preço a pagar é alto demais. E sempre compartilhado com aqueles que não têm como pagá-lo.
Depois de tudo isso fica o vazio. A lacuna mesmo naqueles que nada perderam. De alguma forma parece que algo nos foi roubado (de todos nós, brasileiros), algo que ainda nem dá pra saber direito o que seja, nem tão pouco mensurar a perda. Talvez seja dignidade, esperança, não sei. Vai saber se inventaram um nome pra isso.
Por respeito a todos que tiveram usurpados seus direitos a casa, comida, dignidade, esperança e tudo o mais, o meu pesar, minhas preces e minhas parcas contribuições. A Cruz Vermelha levará um pedaço de meu sentimento até vocês. Deus os abençoe! Amém.


Carolina Braga, 30 de Nov de 08

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Aprendendo... sempre!



Aprendi que existem inúmeras coisas que não dá pra corrigir ou consertar. Que não há como fingir que não ouviu ou que não viu, que não doeu. Há uma coisa cá dentro que fica a martelar e a lembrar até que deixe de doer, ou de ter importância. Com o tempo certas coisas passam a não machucar de tanto que já machucou. Com o tempo a gente aprende a lidar com o que nos incomoda de forma a não mais nos incomodar. A gente aprende a não gastar mais energia à toa, a não perder mais tempo com pessoas e coisas que não levam a nada. E aprendemos, enfim, a ver o mundo exatamente como ele é sem pesar ou nos preocupar com o resultado dessa reflexão.

Carolina Braga
[perdi a data =/]

Abstrata


E os pés já não reconhecem o caminho. E na boca já não habita o riso. As palavras se perderam submersas em um silêncio vazio. A poesia, a cor e a beleza se mudaram para um país distante, inacessível. Não havia dança, canto ou primeiro ato, tudo era continuidade de algo que há muito deixara de existir. Não doía, não ardia, não pulsava. Nada era sentido ou pensado. Era só a presença abstrata. A ausência da eternidade.

Carolina Braga, 26 de Nov de 08

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A prisão de cada um


Estava há pouco lendo uma reportagem referente à luta de um ator e galã de novela que resolveu enfim, comprar briga pra vencer de fato a dependência química. Hoje em dia, especialmente, me vejo entristecida e indignada em solidariedade às pessoas que travam essa batalha e em particular, aqueles que nem de longe suspeitam da necessidade de fazê-lo. Perdi um amigo pra essa guerra sem sentido, pra esse vício maldito. Tem um mês. Dói. Dói muito, mas o que torna essa ferida mais difícil de cicatrizar é saber que ele era inocente na história, que ele nem de longe sabia como lidar com aquilo. Ele não era bandido e, portanto, não tinha a malandragem exigida para ‘se dar bem’. E tudo isso me leva a pensar com ainda mais convicção de que simplesmente não há motivo para julgar, nem muito menos pra condenar quem quer que seja – a exemplos de muitos por aí. Todos temos nossos vícios, porém, infelizmente alguns nos carregam com maior violência e rapidez ao precipício. E não adianta fingir que não é contigo por que isso não irá alterar o teu destino. Só o que move, o que transforma, o que agrega é a nossa vontade e esforço em sermos livres de nossos limitados conceitos e pequenos vícios. Não torne a tua prisão maior do que já é. Não se renda. Não se amedronte. É só a vida.

Carolina Braga
[agora]

domingo, 16 de novembro de 2008

Vida forçada




Orkut ligado. MSN ligado. E eu simplesmente não consigo nesse momento encontrar sentido em tudo isso. Em todos esses contatos, em todas essas fotos, em tanta gente ‘forçada’. Pois é, forçada a parecer feliz, forçada a parecer bonita, forçada a parecer que tem uma vida - aquela que ela gostaria de ter. Eu vez por outra me pego deletando contatos (sorry) e revendo meus conceitos em relação a toda essa virtualidade de sentimentos e de vidas. Para quê ter quase mil (sim, 1000) contatos se você não mantém vínculo nem com 10% destes? Não tem sentido, simplesmente. Não deleto pessoas de meu orkut e concomitantemente estas estão deletadas de minha vida. Claro que não. Essas exclusões na grande maioria das vezes se devem somente ao fato de que não há sentido ou razão para ali permanecerem. Por exemplo, não converso com a pessoa e a mesma está ali só de adorno mesmo. Minha vida não precisa desse tipo de enfeite pra ficar mais bonita. Talvez seja radicalismo, mas é só meu jeito de gostar de remar contra a maré e meu pavor de viver de fazer ‘média’ seja lá com quem for.
Convoco a todos a sair de frente do computador e em vez de bradar ‘eu te amo’s sem fim por orkut, MSN, blog, flog e companhia ir visitar um amigo e dizer tudo isso através de um simples gesto, um abraço fraterno. É bem mais saudável. A mente e ao coração.

Carolina Braga
[agora]

sábado, 15 de novembro de 2008

Deus na minha vida


Eu sempre agi com descaso em relação ao que pensam sobre mim. Sobretudo, a minha preocupação esteve em todo o tempo no que Deus pensa acerca de meu portar e minha vida. Vejo-me constantemente em dilemas como toda e qualquer criatura que possui consciência e que se importa com a leveza ou pesar da mesma. O maior deles talvez seja distinguir o que é confusão e o que é solução. O que é falso amor e o que é verdadeiro amor. O que é conveniência e o que é amizade. O que é possessividade e o que é cuidado. Resumidamente: o que é do mundo e o que é de Deus.
A estrada da vida possui armadilhas sem fim. Coisas e pessoas mascaradas sem fim. Portas largas que nos levam ao precipício sem fim. Eu só desejo enxergar com clareza e, acima de tudo, fazer a escolha que não resultará em mais uma desilusão para o meu coração. Ó Senhor, dai-me humildade para acolher com inteireza tua bondade. Dai-me paciência para esperar em Ti o tempo certo. Dai-me sabedoria para não me perder em palavras vazias. Os caminhos são inúmeros, as opções diversas, porém somente uma porta nos conduz de volta a nossa verdadeira morada.

[Amém.]

Carolina Braga
[hoje]
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PS: Gostaria de agradecer a todos os posts super-fofos e comentários sempre agregadores. E a quem não comenta e visita, o meu muito obrigada, idem. Por favor, gente, deixa um e-mail ou algo do tipo para que eu possa respondê-los como merecem ok? Muitos beijos e muita luz na vida de todos vocês! Amém. =)

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Leve


Eu estava sempre aqui para você, já a sua presença estava sempre condicionada – simplesmente a sua própria vontade. Eu te dei colo, refúgio, alimento; você tinha muito pouco a me oferecer, coisas que nem de longe iria um dia me satisfazer. Teu coração até que era grande, mas não o bastante para suportar você juntamente com tantas vidas e problemas inventados. Eu não queria ir e você dizia que jamais me deixaria partir, porém tão logo encontrou uma maneira definitiva de me dizer adeus. É estranho sabe, mas eu não tenho a mínima vontade de percorrer o mesmo caminho novamente – não com você. Tudo ficou mais leve, bonito e simples. Percebeu? Quem perdeu não fui eu.


Carolina Braga
[agora]

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Ligue o foda-se e seja (mais) feliz


Eu sempre busquei ser o melhor de mim: a melhor pessoa, a melhor filha, a melhor amiga, a melhor mulher. Porque eu nunca achei justo esperar do mundo algo que eu não o ofertasse primeiro. Eu sempre considerei indecente desejar receber algo que você mesmo não possui ou não está disposto a dar. Mas para minha frustração desde cedo percebi que a resposta não chega a nós como imaginamos.
Desde muito tempo vi pessoas agirem de total má fé para comigo ainda que por tantas vezes eu as tenha fornecido abrigo. Já vi pessoas me declararem amor eterno e no momento seguinte me ferirem de morte. Por inúmeras vezes pessoas que se intitulavam ‘amigas’ me viraram as costas no primeiro pedido de auxílio. Por algumas vezes pessoas que amava cometeram suicídio em meu coração e eu não pude fazer nada, eu simplesmente as deixei partir, pois só assim poderia voltar a sorrir. Houve até quem já rompeu comigo apenas por que proferi um simples ‘não’ – engraçado, mas desde criança minha mãe ensinou-me que a vida não é feita só de ‘sim’ e que este nem sempre é saudável. Por incontáveis vezes fiz coisas para agradar a toda e qualquer criatura – só não a mim (e o que recebi de volta???).
Não acredito em amizade pela metade (na verdade, em absolutamente nada que seja pela metade). Não acredito em amor condicional (idem) e nem em pessoas que tentam me comprar com um ‘eu te amo’ vazio.
Tô farta de quem só me procura para pedir ajuda e que nunca, nunca está disponível para mim. Tô cheia de só dizer sim.
Faz um favor? Coloca as tuas sobras na lata do lixo, essa porcaria não combina comigo. Só me interessa o que é inteiro, salubre, verdadeiro.
Vá à merda com teus problemas inventados e ego super-inflado! Tenha a decência de me deixar em paz.

PS: Foda-se ligado no volume máximo para vampiros e crianças mimadas de plantão. Obrigada! (:

Carolina Braga
09.11.08

sábado, 8 de novembro de 2008

Se joga, Carolina!


Você segurou firme a minha mão e o meu caminho se tornou mais seguro e claro de se percorrer. O horizonte já não parecia assim tão distante, era como se eu até pudesse tocá-lo, como se eu pudesse alcançar os sonhos mais impossíveis e a felicidade de fato existisse. O medo foi embora e todo e qualquer resquício de angústia desapareceu. Você inventou uma nova palavra no meu dicionário, você recriou significados, despertou novos sentidos. Eu passei a ver muito além do que antes me parecia permitido. Fui transportada pra uma nova realidade, uma vida que até então eu não conhecia. Eu não vi o tempo passar e mal acreditei quando naquela bifurcação você escolheu outra direção e uma companhia que não era a minha. Então você soltou a minha mão e ali fiquei sem saber como seguir. Te pedir para ficar eu não podia, pois de alguma forma eu sabia. Ali eu sabia que o nosso destino havia se cumprido. E eu cheguei a duvidar que aquilo tudo tivesse sido real, tivesse sido verdade. Demorou, mas eu compreendi que as coisas para serem ternas não precisam necessariamente ser eternas. (Será que esse tal de eterno existe mesmo?) E o meu caminho de repente voltou a ter um novo sentido. Lá estava eu novamente reaprendendo a viver a vida que me era apresentada, que de tão nova cheirava e pulsava irresistivelmente. Se joga, Carolina!

Carolina Braga (agora)

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Eu e o medo


Até bem pouco tempo atrás eu não imaginava como essa violência impressa no jornal de todo santo dia e utilizada como atração de circo em programas diversos seria na vida real. Não suspeitava nem de longe como ela doía e retraia. Eu andava por aí com minha calça de marca e bolsa cara com a certeza de que estava imune e que o medo não combinava comigo. Até que um belo dia tive meus pertencentes furtados: a calça de marca(preferida), o perfume que ganhara horas antes de minha mãe, a rasteira(favorita), documentos, cartão de crédito, carteira novinha, chaves e outras coisas que não vou lembrar agora. Nesse tempo também perdi o emprego que nunca tivera, nesse tempo também perdi um pouco da saúde que já estava debilitada e subtraída. Quer maior violência que essa? Pois eu tenho uma: há pouco mais de duas semanas perdi um amigo, um amigo que teve sua vida arrancada de si, furtada com a mesma naturalidade de quem rouba um doce de uma criança. E eu que estava sensibilizada horrores com o seqüestro de uma menina que eu nem sequer conhecia, eu que andava com um pressentimento ruim, senti na pele, na alma e no coração todo o pesar e o luto dessa violência que mudou meu jeito de olhar o mundo, que mudou meu jeito de portar-me com a vida e ampliou a minha limitada percepção da realidade dos fatos. Agora não saio mais despreocupada nem me achando invencível e intocável, agora eu saio sem saber se volto. Agora eu sinto medo.

Carolina Braga (agora)

PS: No meio da tarde minha mãe sofreu uma tentativa de assalto.

Aprendi contigo


Eu resolvi brincar de me esconder de você, pois é, justo eu que sempre detestei teus joguinhos. Vai ver aprendi contigo. Só que agora percebo que me escondi tanto de ti que nem mesma eu sei onde me encontrar. Será que foi você que me roubou de mim? O que eu te ofertei não foi o bastante? Já disse que me sinto ridícula por ainda pensar em você (?). Já disse que ainda penso em você??? Então, tanto tempo, você se mudou, casou ou sei lá o que mais fez dessa tua vida sem sentido - que o é por não estar comigo - só sei que esse não foi o final que eu previa pra gente, que droga, justo você que sempre fez todas as minhas vontades resolveu se rebelar exatamente no momento mais inoportuno. E eu que te achava tão previsível cai na armadilha do meu próprio umbigo. Vamos lá, diga alguma coisa, me dê alguma resposta. Só deixa antes eu me lembrar qual era mesmo a pergunta. As coisas mudaram, não é? Muito mais do que eu gostaria. E eu já não reconheço a imagem do espelho, chego a julgar que é apenas um embaraço. Se te encontrasse por aí, provavelmente também não te reconheceria, pois são somente as velhas lembranças de um passado que jamais existiu que te mantém presente em meu coração.

Carolina Braga
(agora)

PS: Como diria Pessoa:
‘O poeta é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente.’
Aiai, agora entendo porque nunca fui dada a pseudo-escrever coisas românticas, é simplesmente o ápice da minha mediocridade. (rs) Ainda mais quando se trata de algo inventado. Ou melhor, algumas partes. ;p
PPS: Muitíssimo obrigada a todos que têm visitado, postado, curtido. Obrigada pela delicadeza e enorme generosidade. Muitos beijos! :)

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Eu tô tentando


Recordo-me dos planos que há tão pouco tempo fazia e das pessoas que nele incluía. Lembro de coisas que um dia foram tão importantes e daquelas que nunca deixarão de ser. E como tenho orgulho de minhas escolhas, mesmo das erradas, pois foram estas que me direcionaram ao meu melhor caminho, foram justamente elas que me ofereceram ferramentas para trilhar com mais leveza e discernimento essa nova estrada. Incrível a velocidade das voltas que o mundo dá, tão veloz que vez por outra a gente não sabe nem pra onde olhar, às vezes mal dá pra respirar. Mas é preciso tentar. Tentar fazer diferente, nadar contra a corrente e levar uma vida mais saudável – digo saudável em todas as acepções da palavra. Sabe, o mundo anda meio doente, suas criaturas o fizeram assim e ainda se perguntam o porquê de tantos males do corpo e da alma. Por vezes até quem não tem nada a ver com a história tem um preço elevado a pagar, onde já se viu além de assumir o ônus das conseqüências de nossos atos ter que carregar o fardo alheio (?). A quem reivindicar? Não há. Existem questões que infelizmente – ou felizmente - não são negociáveis. (Quantas vezes nos perdemos na tola tentativa de a realidade burlar?) Não há fuga, não há saída, na há paliativo que resolva, a verdade é só uma, doa a quem doer. Então o que acha de deixar de fingir que não é contigo, de sair da omissão e ir fazer algo de útil dessa tua vida sem sentido? Eu tô tentando.

Carolina Braga

(agora)

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A idiota fui eu


Perdi a vontade de você. Teu gosto já não me apetece. Teu nome já não traduz significado. E eu fico aqui me forçando a pensar em você e compreender o que por tantas vezes me levou a perder horas de sono contigo. É estranho. Você nem fazia meu tipo, mas eu não conseguia imaginar outro que não fosse você nas minhas manhãs, tardes, noites e madrugadas quase inacabáveis e que logo chegaram ao fim.
Tão forte foi o desejo, tão efêmero o momento. E eu já me antecipava à hora do adeus, eu no fundo sabia que ele não tardaria e que se faria necessário em breve, tanto que nem te pedi pra ficar, que agi como se nem fosse comigo. Mas foi comigo. E apesar de eu ter dissimulado e apesar de mentir não ser comigo, me comportei como se não me importasse, como se não existisse sentimento e você duvidou e eu te achei um idiota por isso. A idiota fui eu. É fato. A idiota fui eu em pensar que poderia fugir do teu olhar que me desnudava até a alma e que te revelava tudo o que eu jamais teria a decência de te dizer. Ainda bem. Ao menos assim me poupou um trabalho danado.
Teu olhar eu já não tenho, nem os momentos, as risadas, a prioridade e nesse instante sinceramente eu não saberia dizer o que sinto.


Carolina Braga (agora)

Simples assim? É



Eu cai em mim, mergulhei fundo e mesmo nas decepções e frustrações contemplei o meu rosto escancarado pelo meu melhor, mais feliz e debochado sorriso.

Carolina Braga
08.09.08


¨¨(+ tarde...)¨¨

Eu sou de dentro pra fora. Minha felicidade há muito não está condicionada a fatores externos, nem mesmo às ações das pessoas que amo. Algumas coisas exercem influência sobre minha vida e meu sorriso, mas sou eu que decido até onde e quando. Não se engane eu tenho o domínio de minha própria situação, do meu território chamado coração. E não espere demais, eu não me esforçarei em te dar o que não possuo. Ou gosto ou não gosto, ou sinto ou não sinto, ou é ou não é. Simples assim? É. Você agüenta?

Carolina Braga
08.09.08

Eu cresci


Hora de recomeçar. Mas agora tudo está mais diferente do que nunca, diferente do que já foi, do que passou. Talvez porque agora tenha se realizado aqui dentro de mim a maior e mais transformadora de todas as mudanças. Eu cresci. Em tão pouco tempo tantas coisas deixaram de ser verdes para se tornarem azuis. E eu me tornei maior com tudo isso. Mesmo o que jamais se fez maduro por ser podre e estragado contribuiu para que hoje as cores de meu jardim fossem mais vivas e coloridas. Tudo assume agora um novo sabor, mais agradável e prolongado.
Sinto mais prazer em meus desejos e poucos o são, mas enormes em extensão. Algumas frustrações e algumas perdas pelo caminho, mas este é exatamente o lugar em que eu quero estar. Eu sou exatamente aquilo que desejo ser. Deixei todos os sentimentos e relações inventadas para trás e agora mais do que nunca estou sedenta do que é real, do que tem carne e osso, do que é ação e não somente palavras.
Hoje poucas coisas despertam meu interesse, mas a todas elas está voltado o meu coração.

Carolina Braga – 24.09.08

Nas mãos da sorte


Eu morro de medo de cair na armadilha do óbvio. Tudo bem, as coisas não são assim tão simples, não há uma regra ou uma bússola que nos aponte a direção. Quer dizer, nem sempre. Às vezes, parece que o que está em questão é simplesmente nossa capacidade de percepção e de ver o que há por detrás daquilo que nos é apresentado. Não raro, a busca desenfreada pela verdade é justamente o que nos cega no momento em que tanto desejamos enxergá-la. De repente, a alternativa mais acertada seja apostar no improvável e entregar nas mãos da sorte o resultado. A vida é um jogo de escolhas e se dá melhor quem realiza as suas e assume o bônus – e o ônus – da sua prisão denominada liberdade.

Carolina Braga, 10 de out de 08

Esse é pra você Tony!


A maioria de nós adquire ao longo da vida um hábito vazio e completamente incompreensível de protelar a vida por sempre se julgar sem ‘tempo’. Com isso perdem-se oportunidades e momentos que literalmente são únicos. Dias como o de hoje me fazem enxergar isso com mais clareza e pesar, pois como uma tapa na cara, um soco no estômago, uma dor que nem sei de onde vem direito, nesse momento eu vejo que eu sempre tive tempo, eu tinha tudo. E agora depois da perda que me abriu um buraco no peito, eu sinto com mais verdade quão importante é ser sempre presente na vida daqueles que são dádivas em meu coração.

Carolina Braga, 20 out. 08

PS: Tony, esse é pra você! Descansa em paz, amigo!

Vai saber


Temos uma tendência ilusória de pensar que as experiências nos privam de cometer os mesmos erros, às vezes até com a mesma pessoa, dado especialmente o fato de que o delito já foi cometido e a sua sentença ofertada. E você entendeu o recado e pagou o preço. Ou julga que sim. As situações mudam, o tom muda, você muda, mas tudo continua igual: o velho esforço voluntário em buscar fazer o involuntário consciente de suas limitações. Só que ele tem voz própria, vontade própria e raramente acolhe nosso pedido com presteza e sem motivo aparente.
O que nos resta então? Talvez um freio seja a solução, talvez não. Vai saber. Só saberemos mesmo depois, provavelmente quando nem houver mais oportunidade de acertar.
A resposta muitas vezes chega quando as perguntas já mudaram.

Carolina Braga, 18 de out de 08.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Via oposta


Eu ando com medo da vida. Podia fingir que não é comigo e que nem dói, mas definitivamente eu não sei mentir e mais cedo ou mais tarde você iria enxergar a verdade.
Eu vi a dor impressa em inúmeros olhares e quando me dei conta era o meu semblante que estampava o velho e conhecido temor do mundo. Eu queria acreditar que o perigo era um parente distante, desses que jamais nos visitam desses que a gente nunca encontra. Mas descobri que a violência não mora ao lado, mora debaixo, debaixo dessa superficial e frágil segurança, dessa suposta normalidade e de tudo aquilo que tenciona nos ludibriar e nos furtar dessa e de tantas outras constatações sobre a realidade dos fatos.
Você queria que tudo fosse diferente - eu mais ainda. Você julgava poder fugir do teu destino e eu acreditava poder trilhar o meu caminho sozinha, sem acasos e percalços que me fizessem mudar a direção. Mas eu tive que me adaptar e esse é um processo bastante sofrido, principalmente para quem deseja seguir na via oposta a toda essa incredulidade.


Carolina Braga
(agora)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Eu também




Você já sentiu vontade de partir sem olhar pra trás e nem mesmo saber pra onde?Você já se sentiu vazia em meio a inúmeros sentimentos plenos?Você já se sentiu perdida tendo uma placa que lhe apontava a direção?Você já achou que o seu coração era pequeno demais pra te caber e sua mente tão vasta que você vez por outra não sabia como se encontrar dentro dela?Você já fez coisas que a maioria das pessoas se arrependeria depois e que você se pudesse faria de novo?Você acredita em coisas que os seus conhecidos há muito esqueceram que existe?Você sabe de verdades que os seus amigos nem desconfiam?Você possui marcas que ninguém jamais viu a ferida?Você chora por pessoas que pensam que você apenas sorri?Você já disse palavras de incentivo em momentos de grande desilusão?Você já deu colo quando precisou de refúgio?Você já passou a impressão de ser uma fortaleza enquanto que estava desmoronando e sem forma?Você já viu azul onde havia apenas nublado?Você já quis ser você mesma em outro tempo, outra realidade?Você já pensou que não era daqui e que nada combinava muito com você?Você já disse ‘adeus’ quando queria dizer ‘até logo’?Você já ouviu um ‘eu te amo’ que te doeu na alma?Você já sentiu alívio na despedida?Você já buscou por coisas que nem sabia ao certo se existia?Você já vivenciou milagres que ninguém acreditaria?Eu também.


Carolina Braga, 22 de outubro de 2008
PS: O primeiro texto do meu atual profile do orkut. ;]

Minha própria cartilha


Quando eu era mais nova nutria a doce ilusão de que à medida que fosse crescendo as coisas ficariam mais fáceis pra mim. Liberdade e coisa e tal. Só que o peso dos anos vem inserido de cicatrizes e responsabilidades que de tão pesadas vez por outra se tornam quase insuportáveis. Digo quase por que acredito na máxima de que cada um tem o fardo que pode carregar.Muita coisa mudou, mas a minha vontade de ser tudo aquilo que o mundo grita o tempo todo que não posso continua igual. Provavelmente esteja até mais intensa. A vida me cobra coisas que eu não sei se tenho pra dar. São muitas exigências e poucas certezas de devolução. Muitos deveres e direitos escassos. Essa é a lei. É o que dizem.(Você já tentou fazer diferente? Quantas vezes procurou uma solução?) Tudo parece pronto, como um congelado que só precisa de alguns minutos no microondas para ser servido. Engraçado, mas nunca vi graça nessa praticidade.Eu vou é continuar ditando minha própria cartilha, fazendo coisas tidas como anormais e vivendo da maneira que os outros costumam julgar como fora do padrão. Não importa a definição, o caminho, o preço, o que eu quero é ser feliz.

Carolina Braga. 23 de outubro de 2008
PS: Segundo texto do meu atual profile do orkut. :P

Catarse



Escrever é um processo de catarse e libertação. É como se as palavras fossem uma válvula de escape para sentimentos que nos aprisionam e paralisam emocionalmente. É uma espécie de fuga e de (re)encontro com nosso eu mais profundo e particular. É como arrumar a casa e se livrar de objetos sem utilidade, de móveis que nem mesmo enfeitam, mas enfeiam.
Eu sinto como se cada vez que escrevesse me fosse ofertada a benção de uma epifania que me revela tudo o que eu preciso saber que me fornece respostas de perguntas que nem mesmo eu sabia que estavam ali a espreitar-me.
Quem sabe seja até uma terapia que nos apresenta o real tamanho do monstro que vez por outra se instala em nosso armário.

Carolina Braga
(a pouco)

Já nem sei


Me pego pensando nas coisas que você me dizia e em cada palavra não dita. Nos gestos e momentos únicos, no teu olhar… no teu olhar que parecia caber o mundo. Em tudo o que eu quis ser por e para você e em tudo que você um dia foi para mim. E eu já não sei. Já não sei por onde andas e nem porque sorri. Já nem sei se um dia soube o que eu era pra ti – justo eu que desejo saber até as verdades mais doloridas, justo eu fui castigada com a ausência da tão esperada afirmativa.
Você preencheu e se fez dono de um espaço que eu nem sequer suspeitava que existia e só depois com a tua partida eu vi o quanto era grande, só depois eu entendi como esse sentimento era gigante.

Carolina Braga
26.10.08(noite)

domingo, 26 de outubro de 2008

Só não espere...


As pessoas em geral me enxergam de maneiras extremamente adversas. Adversas às visões de outras pessoas, adversas as minhas próprias conclusões e análises referentes à minha multiplicidade. Ou será complexidade? Ah, tanto faz, isso não altera o que quero dizer. E na verdade, nem eu mesma sei o que pretendo dizer.
Se o que calo fosse escancarado provavelmente eu mesma me surpreenderia com as revelações dantes ocultadas pelo meu silêncio. Quanto mais me conheço, mais me surpreendo.
Eu olho a imensidão do mar e ali enxergo o que há em mim de mais particular. O que mais admiro é essa capacidade de coisas imensas adentrarem meu ser e ali residir como minhas maiores verdades.
Eu não tenho muito talento para mentir. Para ferir é preciso meu id insistir. Eu não acredito nesse quadro de ética e moral elaborado por irmãos de minha espécie, eu não acredito no que é imposto a essência por meio da consciência a fim de subjugá-la.
Eu te dou a mão, uma força, te dou amor, só não espere demais, eu não sou nada de mais.

Carolina Braga
24.08.08

Brigando com o inimigo imaginário


A gente sempre espera ser bom o bastante, fazer o nosso melhor e tentar minimizar os estragos. A gente espera ter tempo pra fazer tudo o que se quer e nem ao menos nos detemos pra avaliar nossas prioridades, por que estamos correndo, correndo sempre contra o tempo e contra inúmeras coisas que nem sabemos dizer. E a vida tá ali, sabe, acontecendo em seu ritmo natural, seguindo seu curso natural, como deve ser. Mas nós estamos sempre preocupados demais e nunca temos tempo. Coitado! Sempre o tempo... Lá na frente nos damos conta de que o tempo tava ali só cumprindo seu papel de precursor dos ritmos e a bailar com a vida em perfeita harmonia, dança que a gente perde de apreciar e fazer parte por que sempre estamos apressados demais, com a pretensão tola e vã de estarmos sempre à frente, em 1º lugar. Depois de uma longa jornada, resolvemos em um momento de claridade olhar para trás e percebemos que não há concorrentes, que não há disputa, que ninguém está tentando nos ultrapassar ou ‘ganhar’ da gente. Nesse exato instante nos damos conta de que fomos nós que perdemos, sabe, mesmo sem concorrentes, nós perdemos. Perdemos de estar com os amigos por que nunca tínhamos tempo, perdemos de ver o pôr-do-sol por que não havia tempo, perdemos de sentar na areia da praia e apreciar a linha do horizonte por que o tempo estava a bater a nossa porta e era preciso correr para atendê-lo e perdemos tantas outras coisas, momentos e pessoas, tudo por conta do tempo que julgávamos não ter. De repente, compreendemos que usávamos a palavra tempo para nos desculparmos com a vida pelo medo que sentíamos de não saber como vivê-la. Mas não há como voltar ao ponto de partida, por que a vida só possui uma única via, de uma mão só. Então, o que fazer? Talvez seja o momento de fazer o que não fizemos até então, deixar de brigar contra o inimigo imaginário, deixar de ter medo do medo e passarmos finalmente a fazer parte dessa grande força que move o mundo: a vida.

Carolina Braga.
04.03.08



PS: Postando umas coisas que escrevi há um tempinho. Sem inspiração hoje.rs

Vida Emprestada



Por que tanto baralho se para ouvir é preciso silêncio?
O homem é um ser dotado de contradições infinitas, algumas delas que levam a um resultado exponencial, outras, apenas a uma mera subtração infundada e que em nada edifica. É preciso aprender a somar, multiplicar...
Guerras em busca da paz, fome e opulência. Não falta comida, falta consciência, a paz não é algo impalpável, o homem que a faz escassa para que na condição de artigo de luxo tenha um valor impagável. Todos correm e não sabem pra onde nem por que, culpam-se a falta de tempo para ausência de amigos, culpam-se o trabalho para a falta de amor ofertado, culpam-se a todos e a tudo para não ter por que se culpar.
Você não pára para pensar com medo das conclusões que possa chegar você nem abre os olhos e já pula da cama para não ter a possibilidade de realmente acordar e enxergar o que a maioria não está disposta a ver olham-se nos olhos e não enxergam a lágrima.
Calma, ande com mais calma e respire, transpire viva ao invés de agir como se a vida fosse algo que lhe emprestaram.


Carolina Braga

12.08_07 [ 01h39pm ]

Mulher-maravilha-de-araque, prazer! =)


Bem sei que perguntarão do porque do nome do blog e representatividade, então inicio esse processo de catarse (sim, escrever é um processo ou tentativa para tal) explicando-me. Pqp! Odeio me explicar!
Basicamente eu sou meio (meio?:o) metida a mulher-maravilha sabe, tipo de sorrir quando quero gritar, de dar colo quando preciso de um forte, de ser aquilo que eu jamais poderia ser nos momentos mais surreais. Há quem nem desconfie disso e suspeito que seja a maioria. Infelizmente as pessoas em geral possuem uma tendência preguiçosa de se limitar ao óbvio. Então se existe um cristão de Deus que tencione enxergar um pouco mais de minhas entrelinhas essa é uma excelente oportunidade. :p

Desde já obrigada a todos que se me darão o prazer de sua visita e companhia! :)

Segue abaixo um pequeno texto que cai como uma luva pra uma tarde de domingo (ainda mais essa...).


Um beijo e um sorriso! (Como diria uma amiga =)


“Saudade é a presença intensa da ausência. Ausência da palavra e até do silêncio, do carinho, do afeto e de todo o resto. Do lugar ao lado que ficou vazio, de você que não é mais aquilo. É a dor da ausência de alguém que de alguma forma veio para te fazer ser mais você, para preencher um pedaço teu que você jamais poderia preencher sozinho. Saudades é ter nossos pedaços por aí espalhados e o desejo intenso de reencontrá-los.” Carolina Braga 02.07.08