domingo, 21 de dezembro de 2008

Eu, você e a vida


Incrível como cada criatura revela sua humanidade de maneira particular. Mesmo as que possuem afinidades e elos significativos, mesmo estas, ainda assim absorvem o mundo de maneiras diferentes. Nada é comparável a essa multiplicidade de sabores e somas. Tudo é consentido. Tudo é visto e vivido de posições e aspectos distintos. Como podemos querer o outro tão bem entender se mal compreendemos as motivações de nossos próprios sentimentos? Tem muita coisa que eu queria compreender, muita gente que eu gostaria de melhor aceitar. Mas não é fácil, nunca é quando falamos do que vem de fora e do sai dentro, principalmente quando estes se colidem, quando depois só resta o vazio. E há quem julgue que isso é uma questão de inteligência e eu afirmo que é muito mais de não saber, não saber que deseja algo aprender. É sentir, sentir sem conceitos pré-concebidos, sem limites, sem perguntas, sem exclamações ou reticências. É viver, viver sem se preocupar com o que vem depois, com o que há de se fazer depois. Eu tô falando do hoje, eu tô falando de mim e de você. Eu tô falando da vida. Do que não sei e do que jamais saberei. Dos lugares que jamais conhecerei. Das pessoas que jamais amarei. Eu sei que você está aqui ao meu lado, eu só queria sentir a sua mão.

Carolina Braga
(hoje)

3 comentários:

Mari disse...

"Eu tô falando da vida. Do que não sei e do que jamais saberei. Dos lugares que jamais conhecerei. Das pessoas que jamais amarei."

Hj eu sinto isso...
Não sei qual o contexto no qual vc anda vivendo... mas tá lindo demais!

bj!

Conspicuamenteconspícua disse...

"Como podemos querer o outro tão bem entender se mal compreendemos as motivações de nossos próprios sentimentos? Tem muita coisa que eu queria compreender, muita gente que eu gostaria de melhor aceitar"

ai Carol me faltam sempre palavras para poder descrever a alegria de ler sempre seus escritos, as preciosidades tanto nas palavras quanto nos sentimentos. Enfim, a cada texto uma nova surpresa.

Bjo

Laila disse...

Quando li o título, imediatamente um trecho de uma música tocou na minha cabeça: "E quando vejo,
a vida espera mais de mim
mais além, mais de mim
O eterno aprendizado é o próprio fim
Já nem sei se tem fim
De elástica, minha alma dá de si
Mais além, mais de mim
Cada ano a vida pede mais de mim
mais de nós, mais além"

São as idiossincrasias próprias de todos nós que fazem tudo ter mais graça e nos trazem aprendizados: as diferenças particulares dos semelhantes. E precisamos destas semelhanças e diferenças para nos conhecermos melhor e avançar.
Beijo.