quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A idiota fui eu


Perdi a vontade de você. Teu gosto já não me apetece. Teu nome já não traduz significado. E eu fico aqui me forçando a pensar em você e compreender o que por tantas vezes me levou a perder horas de sono contigo. É estranho. Você nem fazia meu tipo, mas eu não conseguia imaginar outro que não fosse você nas minhas manhãs, tardes, noites e madrugadas quase inacabáveis e que logo chegaram ao fim.
Tão forte foi o desejo, tão efêmero o momento. E eu já me antecipava à hora do adeus, eu no fundo sabia que ele não tardaria e que se faria necessário em breve, tanto que nem te pedi pra ficar, que agi como se nem fosse comigo. Mas foi comigo. E apesar de eu ter dissimulado e apesar de mentir não ser comigo, me comportei como se não me importasse, como se não existisse sentimento e você duvidou e eu te achei um idiota por isso. A idiota fui eu. É fato. A idiota fui eu em pensar que poderia fugir do teu olhar que me desnudava até a alma e que te revelava tudo o que eu jamais teria a decência de te dizer. Ainda bem. Ao menos assim me poupou um trabalho danado.
Teu olhar eu já não tenho, nem os momentos, as risadas, a prioridade e nesse instante sinceramente eu não saberia dizer o que sinto.


Carolina Braga (agora)

Simples assim? É



Eu cai em mim, mergulhei fundo e mesmo nas decepções e frustrações contemplei o meu rosto escancarado pelo meu melhor, mais feliz e debochado sorriso.

Carolina Braga
08.09.08


¨¨(+ tarde...)¨¨

Eu sou de dentro pra fora. Minha felicidade há muito não está condicionada a fatores externos, nem mesmo às ações das pessoas que amo. Algumas coisas exercem influência sobre minha vida e meu sorriso, mas sou eu que decido até onde e quando. Não se engane eu tenho o domínio de minha própria situação, do meu território chamado coração. E não espere demais, eu não me esforçarei em te dar o que não possuo. Ou gosto ou não gosto, ou sinto ou não sinto, ou é ou não é. Simples assim? É. Você agüenta?

Carolina Braga
08.09.08

Eu cresci


Hora de recomeçar. Mas agora tudo está mais diferente do que nunca, diferente do que já foi, do que passou. Talvez porque agora tenha se realizado aqui dentro de mim a maior e mais transformadora de todas as mudanças. Eu cresci. Em tão pouco tempo tantas coisas deixaram de ser verdes para se tornarem azuis. E eu me tornei maior com tudo isso. Mesmo o que jamais se fez maduro por ser podre e estragado contribuiu para que hoje as cores de meu jardim fossem mais vivas e coloridas. Tudo assume agora um novo sabor, mais agradável e prolongado.
Sinto mais prazer em meus desejos e poucos o são, mas enormes em extensão. Algumas frustrações e algumas perdas pelo caminho, mas este é exatamente o lugar em que eu quero estar. Eu sou exatamente aquilo que desejo ser. Deixei todos os sentimentos e relações inventadas para trás e agora mais do que nunca estou sedenta do que é real, do que tem carne e osso, do que é ação e não somente palavras.
Hoje poucas coisas despertam meu interesse, mas a todas elas está voltado o meu coração.

Carolina Braga – 24.09.08

Nas mãos da sorte


Eu morro de medo de cair na armadilha do óbvio. Tudo bem, as coisas não são assim tão simples, não há uma regra ou uma bússola que nos aponte a direção. Quer dizer, nem sempre. Às vezes, parece que o que está em questão é simplesmente nossa capacidade de percepção e de ver o que há por detrás daquilo que nos é apresentado. Não raro, a busca desenfreada pela verdade é justamente o que nos cega no momento em que tanto desejamos enxergá-la. De repente, a alternativa mais acertada seja apostar no improvável e entregar nas mãos da sorte o resultado. A vida é um jogo de escolhas e se dá melhor quem realiza as suas e assume o bônus – e o ônus – da sua prisão denominada liberdade.

Carolina Braga, 10 de out de 08

Esse é pra você Tony!


A maioria de nós adquire ao longo da vida um hábito vazio e completamente incompreensível de protelar a vida por sempre se julgar sem ‘tempo’. Com isso perdem-se oportunidades e momentos que literalmente são únicos. Dias como o de hoje me fazem enxergar isso com mais clareza e pesar, pois como uma tapa na cara, um soco no estômago, uma dor que nem sei de onde vem direito, nesse momento eu vejo que eu sempre tive tempo, eu tinha tudo. E agora depois da perda que me abriu um buraco no peito, eu sinto com mais verdade quão importante é ser sempre presente na vida daqueles que são dádivas em meu coração.

Carolina Braga, 20 out. 08

PS: Tony, esse é pra você! Descansa em paz, amigo!

Vai saber


Temos uma tendência ilusória de pensar que as experiências nos privam de cometer os mesmos erros, às vezes até com a mesma pessoa, dado especialmente o fato de que o delito já foi cometido e a sua sentença ofertada. E você entendeu o recado e pagou o preço. Ou julga que sim. As situações mudam, o tom muda, você muda, mas tudo continua igual: o velho esforço voluntário em buscar fazer o involuntário consciente de suas limitações. Só que ele tem voz própria, vontade própria e raramente acolhe nosso pedido com presteza e sem motivo aparente.
O que nos resta então? Talvez um freio seja a solução, talvez não. Vai saber. Só saberemos mesmo depois, provavelmente quando nem houver mais oportunidade de acertar.
A resposta muitas vezes chega quando as perguntas já mudaram.

Carolina Braga, 18 de out de 08.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Via oposta


Eu ando com medo da vida. Podia fingir que não é comigo e que nem dói, mas definitivamente eu não sei mentir e mais cedo ou mais tarde você iria enxergar a verdade.
Eu vi a dor impressa em inúmeros olhares e quando me dei conta era o meu semblante que estampava o velho e conhecido temor do mundo. Eu queria acreditar que o perigo era um parente distante, desses que jamais nos visitam desses que a gente nunca encontra. Mas descobri que a violência não mora ao lado, mora debaixo, debaixo dessa superficial e frágil segurança, dessa suposta normalidade e de tudo aquilo que tenciona nos ludibriar e nos furtar dessa e de tantas outras constatações sobre a realidade dos fatos.
Você queria que tudo fosse diferente - eu mais ainda. Você julgava poder fugir do teu destino e eu acreditava poder trilhar o meu caminho sozinha, sem acasos e percalços que me fizessem mudar a direção. Mas eu tive que me adaptar e esse é um processo bastante sofrido, principalmente para quem deseja seguir na via oposta a toda essa incredulidade.


Carolina Braga
(agora)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Eu também




Você já sentiu vontade de partir sem olhar pra trás e nem mesmo saber pra onde?Você já se sentiu vazia em meio a inúmeros sentimentos plenos?Você já se sentiu perdida tendo uma placa que lhe apontava a direção?Você já achou que o seu coração era pequeno demais pra te caber e sua mente tão vasta que você vez por outra não sabia como se encontrar dentro dela?Você já fez coisas que a maioria das pessoas se arrependeria depois e que você se pudesse faria de novo?Você acredita em coisas que os seus conhecidos há muito esqueceram que existe?Você sabe de verdades que os seus amigos nem desconfiam?Você possui marcas que ninguém jamais viu a ferida?Você chora por pessoas que pensam que você apenas sorri?Você já disse palavras de incentivo em momentos de grande desilusão?Você já deu colo quando precisou de refúgio?Você já passou a impressão de ser uma fortaleza enquanto que estava desmoronando e sem forma?Você já viu azul onde havia apenas nublado?Você já quis ser você mesma em outro tempo, outra realidade?Você já pensou que não era daqui e que nada combinava muito com você?Você já disse ‘adeus’ quando queria dizer ‘até logo’?Você já ouviu um ‘eu te amo’ que te doeu na alma?Você já sentiu alívio na despedida?Você já buscou por coisas que nem sabia ao certo se existia?Você já vivenciou milagres que ninguém acreditaria?Eu também.


Carolina Braga, 22 de outubro de 2008
PS: O primeiro texto do meu atual profile do orkut. ;]

Minha própria cartilha


Quando eu era mais nova nutria a doce ilusão de que à medida que fosse crescendo as coisas ficariam mais fáceis pra mim. Liberdade e coisa e tal. Só que o peso dos anos vem inserido de cicatrizes e responsabilidades que de tão pesadas vez por outra se tornam quase insuportáveis. Digo quase por que acredito na máxima de que cada um tem o fardo que pode carregar.Muita coisa mudou, mas a minha vontade de ser tudo aquilo que o mundo grita o tempo todo que não posso continua igual. Provavelmente esteja até mais intensa. A vida me cobra coisas que eu não sei se tenho pra dar. São muitas exigências e poucas certezas de devolução. Muitos deveres e direitos escassos. Essa é a lei. É o que dizem.(Você já tentou fazer diferente? Quantas vezes procurou uma solução?) Tudo parece pronto, como um congelado que só precisa de alguns minutos no microondas para ser servido. Engraçado, mas nunca vi graça nessa praticidade.Eu vou é continuar ditando minha própria cartilha, fazendo coisas tidas como anormais e vivendo da maneira que os outros costumam julgar como fora do padrão. Não importa a definição, o caminho, o preço, o que eu quero é ser feliz.

Carolina Braga. 23 de outubro de 2008
PS: Segundo texto do meu atual profile do orkut. :P

Catarse



Escrever é um processo de catarse e libertação. É como se as palavras fossem uma válvula de escape para sentimentos que nos aprisionam e paralisam emocionalmente. É uma espécie de fuga e de (re)encontro com nosso eu mais profundo e particular. É como arrumar a casa e se livrar de objetos sem utilidade, de móveis que nem mesmo enfeitam, mas enfeiam.
Eu sinto como se cada vez que escrevesse me fosse ofertada a benção de uma epifania que me revela tudo o que eu preciso saber que me fornece respostas de perguntas que nem mesmo eu sabia que estavam ali a espreitar-me.
Quem sabe seja até uma terapia que nos apresenta o real tamanho do monstro que vez por outra se instala em nosso armário.

Carolina Braga
(a pouco)

Já nem sei


Me pego pensando nas coisas que você me dizia e em cada palavra não dita. Nos gestos e momentos únicos, no teu olhar… no teu olhar que parecia caber o mundo. Em tudo o que eu quis ser por e para você e em tudo que você um dia foi para mim. E eu já não sei. Já não sei por onde andas e nem porque sorri. Já nem sei se um dia soube o que eu era pra ti – justo eu que desejo saber até as verdades mais doloridas, justo eu fui castigada com a ausência da tão esperada afirmativa.
Você preencheu e se fez dono de um espaço que eu nem sequer suspeitava que existia e só depois com a tua partida eu vi o quanto era grande, só depois eu entendi como esse sentimento era gigante.

Carolina Braga
26.10.08(noite)

domingo, 26 de outubro de 2008

Só não espere...


As pessoas em geral me enxergam de maneiras extremamente adversas. Adversas às visões de outras pessoas, adversas as minhas próprias conclusões e análises referentes à minha multiplicidade. Ou será complexidade? Ah, tanto faz, isso não altera o que quero dizer. E na verdade, nem eu mesma sei o que pretendo dizer.
Se o que calo fosse escancarado provavelmente eu mesma me surpreenderia com as revelações dantes ocultadas pelo meu silêncio. Quanto mais me conheço, mais me surpreendo.
Eu olho a imensidão do mar e ali enxergo o que há em mim de mais particular. O que mais admiro é essa capacidade de coisas imensas adentrarem meu ser e ali residir como minhas maiores verdades.
Eu não tenho muito talento para mentir. Para ferir é preciso meu id insistir. Eu não acredito nesse quadro de ética e moral elaborado por irmãos de minha espécie, eu não acredito no que é imposto a essência por meio da consciência a fim de subjugá-la.
Eu te dou a mão, uma força, te dou amor, só não espere demais, eu não sou nada de mais.

Carolina Braga
24.08.08

Brigando com o inimigo imaginário


A gente sempre espera ser bom o bastante, fazer o nosso melhor e tentar minimizar os estragos. A gente espera ter tempo pra fazer tudo o que se quer e nem ao menos nos detemos pra avaliar nossas prioridades, por que estamos correndo, correndo sempre contra o tempo e contra inúmeras coisas que nem sabemos dizer. E a vida tá ali, sabe, acontecendo em seu ritmo natural, seguindo seu curso natural, como deve ser. Mas nós estamos sempre preocupados demais e nunca temos tempo. Coitado! Sempre o tempo... Lá na frente nos damos conta de que o tempo tava ali só cumprindo seu papel de precursor dos ritmos e a bailar com a vida em perfeita harmonia, dança que a gente perde de apreciar e fazer parte por que sempre estamos apressados demais, com a pretensão tola e vã de estarmos sempre à frente, em 1º lugar. Depois de uma longa jornada, resolvemos em um momento de claridade olhar para trás e percebemos que não há concorrentes, que não há disputa, que ninguém está tentando nos ultrapassar ou ‘ganhar’ da gente. Nesse exato instante nos damos conta de que fomos nós que perdemos, sabe, mesmo sem concorrentes, nós perdemos. Perdemos de estar com os amigos por que nunca tínhamos tempo, perdemos de ver o pôr-do-sol por que não havia tempo, perdemos de sentar na areia da praia e apreciar a linha do horizonte por que o tempo estava a bater a nossa porta e era preciso correr para atendê-lo e perdemos tantas outras coisas, momentos e pessoas, tudo por conta do tempo que julgávamos não ter. De repente, compreendemos que usávamos a palavra tempo para nos desculparmos com a vida pelo medo que sentíamos de não saber como vivê-la. Mas não há como voltar ao ponto de partida, por que a vida só possui uma única via, de uma mão só. Então, o que fazer? Talvez seja o momento de fazer o que não fizemos até então, deixar de brigar contra o inimigo imaginário, deixar de ter medo do medo e passarmos finalmente a fazer parte dessa grande força que move o mundo: a vida.

Carolina Braga.
04.03.08



PS: Postando umas coisas que escrevi há um tempinho. Sem inspiração hoje.rs

Vida Emprestada



Por que tanto baralho se para ouvir é preciso silêncio?
O homem é um ser dotado de contradições infinitas, algumas delas que levam a um resultado exponencial, outras, apenas a uma mera subtração infundada e que em nada edifica. É preciso aprender a somar, multiplicar...
Guerras em busca da paz, fome e opulência. Não falta comida, falta consciência, a paz não é algo impalpável, o homem que a faz escassa para que na condição de artigo de luxo tenha um valor impagável. Todos correm e não sabem pra onde nem por que, culpam-se a falta de tempo para ausência de amigos, culpam-se o trabalho para a falta de amor ofertado, culpam-se a todos e a tudo para não ter por que se culpar.
Você não pára para pensar com medo das conclusões que possa chegar você nem abre os olhos e já pula da cama para não ter a possibilidade de realmente acordar e enxergar o que a maioria não está disposta a ver olham-se nos olhos e não enxergam a lágrima.
Calma, ande com mais calma e respire, transpire viva ao invés de agir como se a vida fosse algo que lhe emprestaram.


Carolina Braga

12.08_07 [ 01h39pm ]

Mulher-maravilha-de-araque, prazer! =)


Bem sei que perguntarão do porque do nome do blog e representatividade, então inicio esse processo de catarse (sim, escrever é um processo ou tentativa para tal) explicando-me. Pqp! Odeio me explicar!
Basicamente eu sou meio (meio?:o) metida a mulher-maravilha sabe, tipo de sorrir quando quero gritar, de dar colo quando preciso de um forte, de ser aquilo que eu jamais poderia ser nos momentos mais surreais. Há quem nem desconfie disso e suspeito que seja a maioria. Infelizmente as pessoas em geral possuem uma tendência preguiçosa de se limitar ao óbvio. Então se existe um cristão de Deus que tencione enxergar um pouco mais de minhas entrelinhas essa é uma excelente oportunidade. :p

Desde já obrigada a todos que se me darão o prazer de sua visita e companhia! :)

Segue abaixo um pequeno texto que cai como uma luva pra uma tarde de domingo (ainda mais essa...).


Um beijo e um sorriso! (Como diria uma amiga =)


“Saudade é a presença intensa da ausência. Ausência da palavra e até do silêncio, do carinho, do afeto e de todo o resto. Do lugar ao lado que ficou vazio, de você que não é mais aquilo. É a dor da ausência de alguém que de alguma forma veio para te fazer ser mais você, para preencher um pedaço teu que você jamais poderia preencher sozinho. Saudades é ter nossos pedaços por aí espalhados e o desejo intenso de reencontrá-los.” Carolina Braga 02.07.08