terça-feira, 28 de outubro de 2008

Via oposta


Eu ando com medo da vida. Podia fingir que não é comigo e que nem dói, mas definitivamente eu não sei mentir e mais cedo ou mais tarde você iria enxergar a verdade.
Eu vi a dor impressa em inúmeros olhares e quando me dei conta era o meu semblante que estampava o velho e conhecido temor do mundo. Eu queria acreditar que o perigo era um parente distante, desses que jamais nos visitam desses que a gente nunca encontra. Mas descobri que a violência não mora ao lado, mora debaixo, debaixo dessa superficial e frágil segurança, dessa suposta normalidade e de tudo aquilo que tenciona nos ludibriar e nos furtar dessa e de tantas outras constatações sobre a realidade dos fatos.
Você queria que tudo fosse diferente - eu mais ainda. Você julgava poder fugir do teu destino e eu acreditava poder trilhar o meu caminho sozinha, sem acasos e percalços que me fizessem mudar a direção. Mas eu tive que me adaptar e esse é um processo bastante sofrido, principalmente para quem deseja seguir na via oposta a toda essa incredulidade.


Carolina Braga
(agora)

2 comentários:

Anônimo disse...

Me refletindo nesse texto ê pessoa de alma leve, transparente, é um encanto poder ler seus textos....

bjusss linda =)

Brena Braz disse...

Querida, obrigada pelos comentários no blog, sempre fofos. Beijo