sábado, 27 de julho de 2013

Benção

   Amor não é obrigação, amor é doação. 
É doar compreensão, presença e até silêncio. É saber que quem ama deseja estar próximo, mas que também se ama à distância. É a não obrigatoriedade de horários e de quaisquer ações. É a total ausência de regras e onipresença do respeito.
É querer livre, é querer de vários modos, em tempos diferentes às vezes.
É doar sem espera de devolução. No amor a única espera é pela próxima oportunidade de nos dar um pouco mais.
Amar é doar a humildade do desejo de aprender um pouco mais. Aprender sobre ele, o amor, e sobre o outro, o sujeito amado. Aprendizado que não cessa e que por esse motivo, oferece sempre a benção da continuidade para aqueles que têm a coragem de prosseguir juntos nessa aventura de descoberta e longevidade.
Há quem não goste do que dura muito tempo. Há quem se assuste com aquilo que se revela ser algo além de seu entendimento. Para estes o amor não se encaixa, pois ele é livre de rótulos e calendários. 
É natural sentir medo, principalmente daquilo que nos descortina, que nos expõe e que retira a poeira daquilo que tanto nos dedicamos a esconder no porão de nossas emoções. Mas, a mim, jamais deixa de soar estranha a ideia de me manter aprisionada em qualquer amargura ou sentimento que o valha. 
De tudo o que já vivi a maior lição que aprendi é que só o amor liberta e por isso, escolho me presentear diariamente com a dádiva de receber a benção de sua doação.

Carolina Braga, 27 de jul. de 13.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Feliz Dia Internacional da Mulher! - À todos vocês

Vivemos uma era de guerra declarada entre as chamadas “minorias”. Utiliza-se do argumento de defesa de seus direitos para imposição de ideias, maneiras de ser e viver. Hoje é o Dia Internacional da Mulher, gênero este que até hoje é caracterizado como um desses grupos frágeis e desfavorecidos e que, portanto, necessita de luta, de grito e de ratificação de direitos básicos que devem em lei contemplarem a todos.
Porém, hoje não quero falar desse “ativismo” que impera nos dias que correm. Não quero falar de disputas, de questões de gênero e de conceitos defasados sobre um orgulho baseado unicamente na minha condição primária enquanto mulher. Hoje, não.
Hoje quero falar de gratidão, sentimento este que deve ter espaço em cada pedacinho de nossa história. Sentimento que nunca sai de moda, que sempre é oportuno, bem-vindo.
Quero falar da gratidão imensa que tenho a todas as mulheres de minha vida que significam a palavra mulher para mim. Mulheres que diariamente fazem nascer através de suas ações, partos de sentimentos outros tão necessários para este nosso viver – para que este seja um bom viver. Mulheres que são um pouco amiga, irmã e mãe desta que vos fala. Mulheres que me apresentam ao longo dessa caminhada um novo jeito de ser quem sou.
Hoje não falemos de lutas, que a nossa fala seja de entrega. Que hoje nos rendamos à milagrosa ação que algumas mulheres realizam em nossas vidas. Que este sentimento permaneça. Que não seja necessário reafirmarmos o básico, que falemos sim amiúde e sem cessar o indispensável: aquilo que nasce e brota do coração.
Que hoje não nos consideremos melhor nem pior pela representação da presente data, que nos reconheçamos todas irmãs - de nossas mães, irmãs de sangue, amigas, colegas, conhecidas e até desconhecidas. E que por fim, esse sentimento de igualdade e fraternidade se estenda também àqueles que tornam nossa vida mais completa: pais, irmãos de sangue, amigos e amigos-marido.

Carolina Braga, 08 de mar. de 13.

PS: Infelizmente, perdi algumas fotos de pessoas super queridas. Por esta razão, fica aqui simbolizado estes sentimentos todos "apenas" por estas fotos de significado imenso e feliz pro meu coração.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Santa Maria, meu coração roga por você

Ninguém sabe direito o que aconteceu, mas uma coisa é certa: essa é uma notícia que ninguém gostaria de dar ou receber.
Acordei nessa madrugada de domingo cerca de 3h30 (horário de verão de Fortaleza) sentindo um calor que considerava absurdo. Precisei levantar, refrescar o corpo e a boca para conseguir voltar a dormir. Quando eu poderia supor que, naquele exato instante, uma cidade conhecida por seu clima agradável estaria tendo vidas consumidas pelo calor mais implacável de todos: o fogo da negligência. Não é preciso que a perícia seja finalizada para saber que tantas vidas assim não se vão sem levar consigo um vestígio de descuido, que fica impregnado em seus familiares e amigos como se estes ficassem com um pouco daquele cheiro de fumaça, aquela mesma fumaça que foi o derradeiro e fatal suspiro de seus amados. Isso sim é absurdo, e a isso eu não consigo denominar tragédia. Porque tragédia eu enxergo aquilo com o qual não tem como haver prevenção, sob o qual não temos qualquer domínio. Isso que aconteceu em Santa Maria é algo que palavra nenhuma saberá dizer. Por mais que se explique, não haverá justificativas que sejam capazes de preencher esse enorme silêncio que ficou. Os celulares uma hora deixarão de tocar, mas a vontade de ouvir novamente aquela voz do outro lado da linha vai ficar. Os sonhos se foram junto com todas essas vozes e ficou a dor daqueles que sabem que estes sonhos não poderão ser realizados.
Aqui onde moro lá fora o sol está aberto, escaldante, mas aqui dentro está tudo nublado, até chovendo. Aquela chuva que não cai do céu. Aquela chuva que roga ao céu. Santa Maria, cidade denominada como Coração do Rio Grande, saiba que hoje o meu transborda em pranto a dor de vocês.

Carolina Braga, 27 de jan. de 13.