domingo, 30 de novembro de 2008

S.O.S. SANTA CATARINA


Há uma semana abateu-se sobre Santa Catarina uma enorme tragédia que mobilizou todo o país. Confesso que só hoje parei para ler a respeito e acreditem isso nada tem a ver com descaso ou indiferença, apenas eu ainda não tinha estrutura para fazê-lo. Enfim, estou aqui me questionando acerca de qual é a medida mais eficaz que posso tomar para amenizar nem que seja em apenas 00000,1% a dor de uma dessas milhares de pessoas afetadas diretamente por tamanha calamidade.
É indiscutível que há muito mais do que fúria da natureza ou coisa que o valha. Isso é o que dói mais ao ver todas as fotos e relatos dessa triste história. Há falta de comprometimento e ausência de medidas preventivas para minimizar o impacto dentro daquilo que foi e é inevitável. E o preço a pagar é alto demais. E sempre compartilhado com aqueles que não têm como pagá-lo.
Depois de tudo isso fica o vazio. A lacuna mesmo naqueles que nada perderam. De alguma forma parece que algo nos foi roubado (de todos nós, brasileiros), algo que ainda nem dá pra saber direito o que seja, nem tão pouco mensurar a perda. Talvez seja dignidade, esperança, não sei. Vai saber se inventaram um nome pra isso.
Por respeito a todos que tiveram usurpados seus direitos a casa, comida, dignidade, esperança e tudo o mais, o meu pesar, minhas preces e minhas parcas contribuições. A Cruz Vermelha levará um pedaço de meu sentimento até vocês. Deus os abençoe! Amém.


Carolina Braga, 30 de Nov de 08

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Aprendendo... sempre!



Aprendi que existem inúmeras coisas que não dá pra corrigir ou consertar. Que não há como fingir que não ouviu ou que não viu, que não doeu. Há uma coisa cá dentro que fica a martelar e a lembrar até que deixe de doer, ou de ter importância. Com o tempo certas coisas passam a não machucar de tanto que já machucou. Com o tempo a gente aprende a lidar com o que nos incomoda de forma a não mais nos incomodar. A gente aprende a não gastar mais energia à toa, a não perder mais tempo com pessoas e coisas que não levam a nada. E aprendemos, enfim, a ver o mundo exatamente como ele é sem pesar ou nos preocupar com o resultado dessa reflexão.

Carolina Braga
[perdi a data =/]

Abstrata


E os pés já não reconhecem o caminho. E na boca já não habita o riso. As palavras se perderam submersas em um silêncio vazio. A poesia, a cor e a beleza se mudaram para um país distante, inacessível. Não havia dança, canto ou primeiro ato, tudo era continuidade de algo que há muito deixara de existir. Não doía, não ardia, não pulsava. Nada era sentido ou pensado. Era só a presença abstrata. A ausência da eternidade.

Carolina Braga, 26 de Nov de 08

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A prisão de cada um


Estava há pouco lendo uma reportagem referente à luta de um ator e galã de novela que resolveu enfim, comprar briga pra vencer de fato a dependência química. Hoje em dia, especialmente, me vejo entristecida e indignada em solidariedade às pessoas que travam essa batalha e em particular, aqueles que nem de longe suspeitam da necessidade de fazê-lo. Perdi um amigo pra essa guerra sem sentido, pra esse vício maldito. Tem um mês. Dói. Dói muito, mas o que torna essa ferida mais difícil de cicatrizar é saber que ele era inocente na história, que ele nem de longe sabia como lidar com aquilo. Ele não era bandido e, portanto, não tinha a malandragem exigida para ‘se dar bem’. E tudo isso me leva a pensar com ainda mais convicção de que simplesmente não há motivo para julgar, nem muito menos pra condenar quem quer que seja – a exemplos de muitos por aí. Todos temos nossos vícios, porém, infelizmente alguns nos carregam com maior violência e rapidez ao precipício. E não adianta fingir que não é contigo por que isso não irá alterar o teu destino. Só o que move, o que transforma, o que agrega é a nossa vontade e esforço em sermos livres de nossos limitados conceitos e pequenos vícios. Não torne a tua prisão maior do que já é. Não se renda. Não se amedronte. É só a vida.

Carolina Braga
[agora]

domingo, 16 de novembro de 2008

Vida forçada




Orkut ligado. MSN ligado. E eu simplesmente não consigo nesse momento encontrar sentido em tudo isso. Em todos esses contatos, em todas essas fotos, em tanta gente ‘forçada’. Pois é, forçada a parecer feliz, forçada a parecer bonita, forçada a parecer que tem uma vida - aquela que ela gostaria de ter. Eu vez por outra me pego deletando contatos (sorry) e revendo meus conceitos em relação a toda essa virtualidade de sentimentos e de vidas. Para quê ter quase mil (sim, 1000) contatos se você não mantém vínculo nem com 10% destes? Não tem sentido, simplesmente. Não deleto pessoas de meu orkut e concomitantemente estas estão deletadas de minha vida. Claro que não. Essas exclusões na grande maioria das vezes se devem somente ao fato de que não há sentido ou razão para ali permanecerem. Por exemplo, não converso com a pessoa e a mesma está ali só de adorno mesmo. Minha vida não precisa desse tipo de enfeite pra ficar mais bonita. Talvez seja radicalismo, mas é só meu jeito de gostar de remar contra a maré e meu pavor de viver de fazer ‘média’ seja lá com quem for.
Convoco a todos a sair de frente do computador e em vez de bradar ‘eu te amo’s sem fim por orkut, MSN, blog, flog e companhia ir visitar um amigo e dizer tudo isso através de um simples gesto, um abraço fraterno. É bem mais saudável. A mente e ao coração.

Carolina Braga
[agora]

sábado, 15 de novembro de 2008

Deus na minha vida


Eu sempre agi com descaso em relação ao que pensam sobre mim. Sobretudo, a minha preocupação esteve em todo o tempo no que Deus pensa acerca de meu portar e minha vida. Vejo-me constantemente em dilemas como toda e qualquer criatura que possui consciência e que se importa com a leveza ou pesar da mesma. O maior deles talvez seja distinguir o que é confusão e o que é solução. O que é falso amor e o que é verdadeiro amor. O que é conveniência e o que é amizade. O que é possessividade e o que é cuidado. Resumidamente: o que é do mundo e o que é de Deus.
A estrada da vida possui armadilhas sem fim. Coisas e pessoas mascaradas sem fim. Portas largas que nos levam ao precipício sem fim. Eu só desejo enxergar com clareza e, acima de tudo, fazer a escolha que não resultará em mais uma desilusão para o meu coração. Ó Senhor, dai-me humildade para acolher com inteireza tua bondade. Dai-me paciência para esperar em Ti o tempo certo. Dai-me sabedoria para não me perder em palavras vazias. Os caminhos são inúmeros, as opções diversas, porém somente uma porta nos conduz de volta a nossa verdadeira morada.

[Amém.]

Carolina Braga
[hoje]
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PS: Gostaria de agradecer a todos os posts super-fofos e comentários sempre agregadores. E a quem não comenta e visita, o meu muito obrigada, idem. Por favor, gente, deixa um e-mail ou algo do tipo para que eu possa respondê-los como merecem ok? Muitos beijos e muita luz na vida de todos vocês! Amém. =)

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Leve


Eu estava sempre aqui para você, já a sua presença estava sempre condicionada – simplesmente a sua própria vontade. Eu te dei colo, refúgio, alimento; você tinha muito pouco a me oferecer, coisas que nem de longe iria um dia me satisfazer. Teu coração até que era grande, mas não o bastante para suportar você juntamente com tantas vidas e problemas inventados. Eu não queria ir e você dizia que jamais me deixaria partir, porém tão logo encontrou uma maneira definitiva de me dizer adeus. É estranho sabe, mas eu não tenho a mínima vontade de percorrer o mesmo caminho novamente – não com você. Tudo ficou mais leve, bonito e simples. Percebeu? Quem perdeu não fui eu.


Carolina Braga
[agora]

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Ligue o foda-se e seja (mais) feliz


Eu sempre busquei ser o melhor de mim: a melhor pessoa, a melhor filha, a melhor amiga, a melhor mulher. Porque eu nunca achei justo esperar do mundo algo que eu não o ofertasse primeiro. Eu sempre considerei indecente desejar receber algo que você mesmo não possui ou não está disposto a dar. Mas para minha frustração desde cedo percebi que a resposta não chega a nós como imaginamos.
Desde muito tempo vi pessoas agirem de total má fé para comigo ainda que por tantas vezes eu as tenha fornecido abrigo. Já vi pessoas me declararem amor eterno e no momento seguinte me ferirem de morte. Por inúmeras vezes pessoas que se intitulavam ‘amigas’ me viraram as costas no primeiro pedido de auxílio. Por algumas vezes pessoas que amava cometeram suicídio em meu coração e eu não pude fazer nada, eu simplesmente as deixei partir, pois só assim poderia voltar a sorrir. Houve até quem já rompeu comigo apenas por que proferi um simples ‘não’ – engraçado, mas desde criança minha mãe ensinou-me que a vida não é feita só de ‘sim’ e que este nem sempre é saudável. Por incontáveis vezes fiz coisas para agradar a toda e qualquer criatura – só não a mim (e o que recebi de volta???).
Não acredito em amizade pela metade (na verdade, em absolutamente nada que seja pela metade). Não acredito em amor condicional (idem) e nem em pessoas que tentam me comprar com um ‘eu te amo’ vazio.
Tô farta de quem só me procura para pedir ajuda e que nunca, nunca está disponível para mim. Tô cheia de só dizer sim.
Faz um favor? Coloca as tuas sobras na lata do lixo, essa porcaria não combina comigo. Só me interessa o que é inteiro, salubre, verdadeiro.
Vá à merda com teus problemas inventados e ego super-inflado! Tenha a decência de me deixar em paz.

PS: Foda-se ligado no volume máximo para vampiros e crianças mimadas de plantão. Obrigada! (:

Carolina Braga
09.11.08

sábado, 8 de novembro de 2008

Se joga, Carolina!


Você segurou firme a minha mão e o meu caminho se tornou mais seguro e claro de se percorrer. O horizonte já não parecia assim tão distante, era como se eu até pudesse tocá-lo, como se eu pudesse alcançar os sonhos mais impossíveis e a felicidade de fato existisse. O medo foi embora e todo e qualquer resquício de angústia desapareceu. Você inventou uma nova palavra no meu dicionário, você recriou significados, despertou novos sentidos. Eu passei a ver muito além do que antes me parecia permitido. Fui transportada pra uma nova realidade, uma vida que até então eu não conhecia. Eu não vi o tempo passar e mal acreditei quando naquela bifurcação você escolheu outra direção e uma companhia que não era a minha. Então você soltou a minha mão e ali fiquei sem saber como seguir. Te pedir para ficar eu não podia, pois de alguma forma eu sabia. Ali eu sabia que o nosso destino havia se cumprido. E eu cheguei a duvidar que aquilo tudo tivesse sido real, tivesse sido verdade. Demorou, mas eu compreendi que as coisas para serem ternas não precisam necessariamente ser eternas. (Será que esse tal de eterno existe mesmo?) E o meu caminho de repente voltou a ter um novo sentido. Lá estava eu novamente reaprendendo a viver a vida que me era apresentada, que de tão nova cheirava e pulsava irresistivelmente. Se joga, Carolina!

Carolina Braga (agora)

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Eu e o medo


Até bem pouco tempo atrás eu não imaginava como essa violência impressa no jornal de todo santo dia e utilizada como atração de circo em programas diversos seria na vida real. Não suspeitava nem de longe como ela doía e retraia. Eu andava por aí com minha calça de marca e bolsa cara com a certeza de que estava imune e que o medo não combinava comigo. Até que um belo dia tive meus pertencentes furtados: a calça de marca(preferida), o perfume que ganhara horas antes de minha mãe, a rasteira(favorita), documentos, cartão de crédito, carteira novinha, chaves e outras coisas que não vou lembrar agora. Nesse tempo também perdi o emprego que nunca tivera, nesse tempo também perdi um pouco da saúde que já estava debilitada e subtraída. Quer maior violência que essa? Pois eu tenho uma: há pouco mais de duas semanas perdi um amigo, um amigo que teve sua vida arrancada de si, furtada com a mesma naturalidade de quem rouba um doce de uma criança. E eu que estava sensibilizada horrores com o seqüestro de uma menina que eu nem sequer conhecia, eu que andava com um pressentimento ruim, senti na pele, na alma e no coração todo o pesar e o luto dessa violência que mudou meu jeito de olhar o mundo, que mudou meu jeito de portar-me com a vida e ampliou a minha limitada percepção da realidade dos fatos. Agora não saio mais despreocupada nem me achando invencível e intocável, agora eu saio sem saber se volto. Agora eu sinto medo.

Carolina Braga (agora)

PS: No meio da tarde minha mãe sofreu uma tentativa de assalto.

Aprendi contigo


Eu resolvi brincar de me esconder de você, pois é, justo eu que sempre detestei teus joguinhos. Vai ver aprendi contigo. Só que agora percebo que me escondi tanto de ti que nem mesma eu sei onde me encontrar. Será que foi você que me roubou de mim? O que eu te ofertei não foi o bastante? Já disse que me sinto ridícula por ainda pensar em você (?). Já disse que ainda penso em você??? Então, tanto tempo, você se mudou, casou ou sei lá o que mais fez dessa tua vida sem sentido - que o é por não estar comigo - só sei que esse não foi o final que eu previa pra gente, que droga, justo você que sempre fez todas as minhas vontades resolveu se rebelar exatamente no momento mais inoportuno. E eu que te achava tão previsível cai na armadilha do meu próprio umbigo. Vamos lá, diga alguma coisa, me dê alguma resposta. Só deixa antes eu me lembrar qual era mesmo a pergunta. As coisas mudaram, não é? Muito mais do que eu gostaria. E eu já não reconheço a imagem do espelho, chego a julgar que é apenas um embaraço. Se te encontrasse por aí, provavelmente também não te reconheceria, pois são somente as velhas lembranças de um passado que jamais existiu que te mantém presente em meu coração.

Carolina Braga
(agora)

PS: Como diria Pessoa:
‘O poeta é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente.’
Aiai, agora entendo porque nunca fui dada a pseudo-escrever coisas românticas, é simplesmente o ápice da minha mediocridade. (rs) Ainda mais quando se trata de algo inventado. Ou melhor, algumas partes. ;p
PPS: Muitíssimo obrigada a todos que têm visitado, postado, curtido. Obrigada pela delicadeza e enorme generosidade. Muitos beijos! :)

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Eu tô tentando


Recordo-me dos planos que há tão pouco tempo fazia e das pessoas que nele incluía. Lembro de coisas que um dia foram tão importantes e daquelas que nunca deixarão de ser. E como tenho orgulho de minhas escolhas, mesmo das erradas, pois foram estas que me direcionaram ao meu melhor caminho, foram justamente elas que me ofereceram ferramentas para trilhar com mais leveza e discernimento essa nova estrada. Incrível a velocidade das voltas que o mundo dá, tão veloz que vez por outra a gente não sabe nem pra onde olhar, às vezes mal dá pra respirar. Mas é preciso tentar. Tentar fazer diferente, nadar contra a corrente e levar uma vida mais saudável – digo saudável em todas as acepções da palavra. Sabe, o mundo anda meio doente, suas criaturas o fizeram assim e ainda se perguntam o porquê de tantos males do corpo e da alma. Por vezes até quem não tem nada a ver com a história tem um preço elevado a pagar, onde já se viu além de assumir o ônus das conseqüências de nossos atos ter que carregar o fardo alheio (?). A quem reivindicar? Não há. Existem questões que infelizmente – ou felizmente - não são negociáveis. (Quantas vezes nos perdemos na tola tentativa de a realidade burlar?) Não há fuga, não há saída, na há paliativo que resolva, a verdade é só uma, doa a quem doer. Então o que acha de deixar de fingir que não é contigo, de sair da omissão e ir fazer algo de útil dessa tua vida sem sentido? Eu tô tentando.

Carolina Braga

(agora)