domingo, 24 de janeiro de 2010

Ainda


É tanta coisa, sabe. Um tanto que vive a pesar de maneira quase insuportável, já que se ainda sigo, é por que ainda não chegou o meu limite. Coisas que eu jamais saberei dizer, marcas e palavras que jamais terei como apagar de mim, pois elas de alguma forma se entranharam pelos cantos mais recônditos de minha alma e se livrar de tudo isso, estranhamente significaria ficar vazia. Porque tudo o que é bom e ruim está tão misturado, que às vezes, fica difícil distinguir. Não sei se me sinto grata, não sei se digo que nada valeu a pena, eu simplesmente não sei. E a cada dia que passa esse saber se revela ainda mais minúsculo – como tantas coisas que ainda se encontram por aqui. Faz um tempo que desisti de entender, é que acho que você não sabe, mas estou tão cansada. Exaurida pra ser mais exata. Às vezes, chego a, por um instante, duvidar de que alguém ainda mora aqui. Penso no que poderia ser pior, penso no que poderia ser melhor e não consigo refletir com a menor clareza a respeito. Resultado? Não chego a nenhuma conclusão. Francamente, nem mesmo tenho a mais leve suspeita pra que direção me leva esses passos. Mas, de uma coisa ainda sei: esse coração que os guia, veio com defeito de fábrica.

Carolina Braga, 24 de jan. de 10.

Um comentário:

Mari disse...

"Faz um tempo que desisti de entender..."


Acho tão mais fácil qdo a gente desiste de entender o porquê desse "ainda"... eu sempre desisto dos fatos, me conformo e coisa e tal... mas entender? Nunca...