quinta-feira, 15 de abril de 2010

Nosso Estranho Amor




Ontem ouvi uma música de amor que me fez lembrar você. De todo o amor que te dei, de todo o amor que guardei. Me fez lembrar também todo o amor que recebi de você e de toda a dor que o teu desajeitado amor me causou. Você - melhor que ninguém - me ensinou como um amor pode doer. Você - como ninguém mais - me mostrou que existem sim amores que não podem ser concebidos na ação, mas apenas, restritamente e sempre no coração.
Foi estranho te ver esses dias. Foi estranho te ver e não poder te dar todo esse amor que aqui dentro permanece e que a despeito da escassez da chuva, floresce. Eu sei que foi estranho pra você também, pois te conheço tão bem que você sempre soube ser inútil qualquer tentativa de dissimulação, ainda que tantas vezes as tenha pra mim ensaiado. Você sabia. Eu sabia. Nós sabemos.
Eu não direi ‘nunca mais’. Tampouco direi ‘até mais’. Eu não direi mais nada. Palavras, para nós, já passaram do prazo de validade.

Carolina Braga, 15 de abr. de 10.

2 comentários:

Mari disse...

É. E um dia a gente cresce e percebe que toda aquela mágica que envolve as histórias e a noção de "amor" que a gente tem são desvendadas, dia a dia, na nossa cara, sem nenhum pudor, sem nenhum disfarce. E como é aterrorizante ver isso se partir. E partir. E doer. Quando se percebe que, certas coisas - sobretudo as melhores - nem sempre são pra sempre.

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"Palavras, para nós, já passaram do prazo de validade."

Eu espero que as minhas nunca passem; só tenho elas...

Perfeito!
Beijo!

Clícia Carvalho disse...

Super indicada no meu twitter! :D
Super adorei esse texto!
Super te adoro!
hahaha
Beeeijo! ;*