terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Sobre deixar ir





Esses dias assisti a um filme que já há algum tempo desejava ver: Uma Prova de Amor, inspirado no romance de Jodi Picoult. A circunstância de ser baseado em fatos reais é um trunfo que costuma me ganhar de cara, independente da história. Talvez por oferecer a este um caráter comprovadamente real, por assim dizer. Eu sempre gostei de saber o que se passa na cabeça, e, especialmente, no coração das pessoas que possuem uma vida consideravelmente diferente da minha. O engraçado, é que, por exemplo, nesse filme especificamente falando, mais uma vez me dou conta de que apesar dos dramas pessoais, estruturas familiares e tudo o mais serem distintos, certas coisas, simplesmente são iguais pra todo mundo. Se eu, ou qualquer outra pessoa do mundo, colocar a mão no fogo iremos nos queimar; todos (sem exceção) sentimos medo; eu, você, seu irmão, seu pai, sua mãe, seu vizinho, todos precisamos de um pouco – quando não, de muita – compreensão. Esse filme fala de um momento tão recorrente e difícil na vida que é nos despedirmos daquilo que por tanto tempo ficou (ou nem tanto assim) e que não só ficou, mas fincou raízes profundas em nosso coração, de tal maneira, que nele alimentamos a esperança de jamais precisarmos viver sem esse cultivo e seus frutos todos. Fala e por vezes até grita, sobre a coragem e a nobreza de deixarmos ir o que tiver que ir. Seja um amigo, um amor ou um filho. Tarefa nada fácil, é fato. Principalmente, porque às vezes quem precisa ir somos nós e não temos coragem de dizer adeus a tudo o que precisamos deixar para trás para seguir mais leves e podermos levar na bagagem só o que for realmente necessário. No final das contas, esse filme, a vida e todo o resto, deixa mais que claro que a separação é inevitável e quando retardada, apenas é mais sofrida.

Carolina Braga, 16 de fev. de 10.

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PS: E sim, eu indico o filme. ;]

2 comentários:

Mari disse...

Acho q preciso ver esse filme! Achei interessante sua crítica... mas não posso deixar de comentar dois trechos:

"...certas coisas, simplesmente são iguais pra todo mundo."

Iguaizinhas...! Sem tirar nem pôr... Sentimentos, principalmente! Desejos também. Segredos, então...rsrsrs... nem se fala! Mas tem gente que ainda tem a cara de pau de colocar a mão no fogo por si, se garantir,se achar melhor, julgar e condenar...

"... Principalmente, porque às vezes quem precisa ir somos nós..."

Essa é a minha parte. Preciso ir, mas não encontro coragem, parece q estou presa, parece q o peso me esmaga e me impede de partir... mas hj eu sei q preciso disso. Tenho certeza. Só não tenho coragem.

= (

Conspicuamenteconspícua disse...

Quanto podemos mensurar até que ponto ter a presença de alguém que tanto estimamos ou amamos é um ato de amor? Quando vi o filme, vi aqui quietinha no meu canto, porque sabia que iria me emocionar e não foi diferente.
Me emocionei porque dói menos nos anestesiarmos e mover céus e terra para reestabelecer um equilíbrio!
Olhar um horizonte ou simplesmente deixar as coisas andarem, sem pensar nas consequencias disso!
Dói mais saber que um dia cessa dor, cessa lágrimas e é preciso deixar ir, mesmo que não queremos!
Esse é o amar!
Deixar ir aquilo que amamos, pelo simples fato de "amar".