sexta-feira, 10 de julho de 2009

Como se deve


Sim, eu falo demais. Sempre fui assim e acho difícil um dia mudar isso. E o engraçado é que falo em demasia não para ser entendida, mas provavelmente para confundir ainda mais – a quem pensa que me entende e a quem acredita poder me julgar baseado nesse suposto conhecimento. Na verdade, quem fala mesmo é meu silêncio. Ah, e como ele fala! Mas ninguém ouve – ou quase ninguém. É estranho, ver tanta gente fazendo teorias acerca de quem é você, enquanto que nem de longe conseguem conceber o que se dá em sua epiderme. Porque a dor é minha. As vitórias? Minhas. Choro, grito, perda, erros, ganhos, tudo – só meu. Não adianta você me dizer que entende, pois você não faz a mínima idéia. É assim com todo mundo. Todos, no final das contas, somos um. Ou seja, unidade. Cada qual sabe de si, responde por si, ganha, perde e sofre por si - sozinho. Sim, s-o-z-i-n-h-o (a). Quanto mais cedo aceitamos essa realidade, mais cedo passamos a encarar a vida como se deve. Com verdade e coragem. As mãos que lhe são estendidas? Ajudam. Mas ninguém pode caminhar por você. Ninguém pode viver por você. Ninguém.

Carolina Braga, agora.

Um comentário:

Conspicuamenteconspícua disse...

U de seus melhores textos, profundo, intenso (clichê, calórico, real, humano, mas queria tentar atingir a imensidade com a qual pude lê-lo. Sem dúvida alguma quem saberá todas as respostas para nossa vida?
E este silêncio o tempo às vezes nos pede para poder gritar mais alto na próxima estação.


amooooo³³³³