Você já parou para pensar sobre o que anda falando por aí? Exemplifico: quantas vezes por dia você se prontifica a fazer uma observação positiva em relação ao outro e quantas vezes se propõe, em relação ao mesmo, a tecer comentários negativos e que nada edificam? Andei pensando e observando acerca disso nos últimos dias e fiquei espantada com o que vi e ouvi. Nossa!... Como existe gente por aí se autointitulando juiz da vida de seu próximo, enquanto que possui coisas sem fim pra resolver no que diz respeito a própria vida. Enxergam o pó no móvel do seu vizinho e nem se dão conta de limpar o tapete da própria sala, que de tão empoeirado já mudou de cor.
Sempre foi da minha natureza apreciar o que é bonito e eu acho bacana compartilhar isso. Tem gente que considera essa minha característica meio esquisita, fora de moda até. Ao olhar a minha volta não é difícil entender porquê. Vejo pessoas apontando o dedo na cara de outras, dizendo a estas o quê e como fazer, quando na realidade elas mesmas nem sabem para onde correr. Ou melhor, nem têm. Pois, também ao se autointitularem donas da verdade e senhoras da perfeição, passaram a considerar todo o resto do mundo indigno de sua solitária companhia. Enfim, eu particularmente prefiro gente esquisita como eu, que gosta de si mesma, incluindo suas mais grotescas imperfeições. Gente que considera inútil e sem graça todo esse apelo desesperado a essa ideia forjada de perfeição. Gente de carne e osso, que cheira mal quando está precisando tomar banho, mas que considera ainda mais repulsivo o odor de quem transpira a tanta hipocrisia.
Carolina Braga, 26 de out. de 09.