quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Sobre a casa que eu não visito mais

Há pouco a menção de um nome me fez relembrar alguém que não faz mais parte do meu presente e que, no entanto, faz mais parte do que sou do que eu poderia mensurar. Fico maravilhada com essa coisa que faz o tempo parecer pequeno e inexistente, um mero coadjuvante numa história que está acima até dele mesmo. Essa coisa que pode ter várias denominações e diferentes sentidos, mas que nos leva sempre para a mesma direção: nós mesmos. Porque quem entra de fato pra modificar a nossa vida (pra melhor), mesmo que vá embora ainda assim acaba por ficar; seja através de algo que você aprendeu e achou que nunca fosse aprender, seja através de uma lembrança única e especial que não pode ser repartida com ninguém mais, seja através de uma forma de falar que você não consegue reproduzir com mais ninguém. Porque de alguma maneira, essa pessoa fez uma diferença tão bonita e significativa em sua vida, que nada poderá ser igual, nada nem ninguém. Porque de alguma maneira, essa pessoa se tornou um lugar, uma casa para onde você poderia sempre voltar e ser quem é de um jeito que você só sabe ser quando está lá. Há um tempo eu fechei a porta dessa casa a que me refiro no momento e confesso que não me recordo de ter cometido uma atitude tão estúpida e infantil como esta. A verdade é que não me recordo de ter fechado algum dia uma porta que me levasse de volta para mim. Talvez um dia desses, quem sabe, eu passe em frente a essa mesma casa e a encontre com as janelas e portas todas completamente escancaradas. Quem sabe haja até uma placa no jardim com os seguintes dizeres: “Carolina, seja bem-vinda!” Não digo que espero por isso, porque nesse caso esperar não seria justo. Nunca foi. Por esta razão, continuo apenas tocando a minha vida, sem saber onde as bifurcações desta irão me levar. Porém, torcendo lá no fundo, com meu sorriso mais largo, pra que seja para um bom lugar.

Carolina Braga, 02 de ago. 12.

Nenhum comentário: