Há pouco a menção de um nome me fez relembrar alguém que não
faz mais parte do meu presente e que, no entanto, faz mais parte do que sou do
que eu poderia mensurar. Fico maravilhada com essa coisa que faz o tempo
parecer pequeno e inexistente, um mero coadjuvante numa história que está acima
até dele mesmo. Essa coisa que pode ter várias denominações e diferentes
sentidos, mas que nos leva sempre para a mesma direção: nós mesmos. Porque quem
entra de fato pra modificar a nossa vida (pra melhor), mesmo que vá embora
ainda assim acaba por ficar; seja através de algo que você aprendeu e achou que
nunca fosse aprender, seja através de uma lembrança única e especial que não
pode ser repartida com ninguém mais, seja através de uma forma de falar que
você não consegue reproduzir com mais ninguém. Porque de alguma maneira, essa
pessoa fez uma diferença tão bonita e significativa em sua vida, que nada
poderá ser igual, nada nem ninguém. Porque de alguma maneira, essa pessoa se
tornou um lugar, uma casa para onde você poderia sempre voltar e ser quem é de
um jeito que você só sabe ser quando está lá. Há um tempo eu fechei a porta
dessa casa a que me refiro no momento e confesso que não me recordo de ter cometido
uma atitude tão estúpida e infantil como esta. A verdade é que não me recordo
de ter fechado algum dia uma porta que me levasse de volta para mim. Talvez um
dia desses, quem sabe, eu passe em frente a essa mesma casa e a encontre com as
janelas e portas todas completamente escancaradas. Quem sabe haja até uma placa
no jardim com os seguintes dizeres: “Carolina, seja bem-vinda!” Não digo que
espero por isso, porque nesse caso esperar não seria justo. Nunca foi. Por esta
razão, continuo apenas tocando a minha vida, sem saber onde as bifurcações
desta irão me levar. Porém, torcendo lá no fundo, com meu sorriso mais largo,
pra que seja para um bom lugar.
Carolina Braga, 02 de ago. 12.
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