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He For She, por todos nós
Estava há pouco assistindo o
discurso da atriz Emma Watson no lançamento da campanha He for She, campanha da ONU motivada
pelo interesse de fomentar um chamamento para a igualdade dos gêneros. Sim,
chamamento. Pois trata-se de uma campanha que convida a todos nós assumirmos
nosso papel na sociedade de maneira igualitária, na promoção da equidade. De
maneira simplória, real e objetiva: através de nossa postura quanto a nós
mesmos e ao outro, ou outra. Watson destaca um ponto pertinente e louvável
quando relata que não são somente as mulheres que perdem com a desigualdade de
gêneros, mas os homens também. Perdem sua sensibilidade, por vezes a sanidade e
em casos extremos a própria vida, por se verem forçados culturalmente a assumir
o papel de fortes e absolutos. Essa tal força geralmente implica em dor para
suas filhas e parceiras, senão física, emocional e psicológica. E não há como negar
que a dor emocional e psíquica se concebe igualmente como física. Não há como
declinar do fato de que nosso silêncio pode justamente ser a escolha que
fazemos em prol de algo que podemos até dizer que não concordamos, mas que
estamos a promover. Não há como ocultar que muitas mulheres estão diariamente a
trabalhar pela promoção de valores que as desvalorizam em sua condição
inclusive humana. Os fatos só nos determinam se não nos apropriamos de nossa
vida e escolhemos nós mesmos determinarmos os fatos. Podemos a todo momento
partejar uma nova vida, mais repleta de seu significado genuíno e,
consequentemente, partejar, porque não, a nós mesmos. Não podemos mudar o
passado, mas não é lá que estamos. O presente é tudo o que temos, cabe a nós
fazermos ou não dele algo verdadeiramente importante. Para nós, para todos.
Para hoje e depois de nós.
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