sábado, 14 de março de 2009

Questão da vez


Eu vejo você aí pedindo a minha mão e eu sem saber como te guiar através dessa escuridão. Você parece tão inofensivo, e eu me sinto ainda mais frágil e impura diante de tanta doçura e boa vontade com tudo. Quem sabe você não pode me ensinar a caminhar [?]. É que eu tenho o mau hábito de viver a dar topadas. Qualquer pedrinha no meu caminho é o bastante para uma nova cilada. Porém, eu nunca caio. Paro e olho para trás como que dizendo para o entrave da vez: ‘Viu? Nem me derrubou. ’ Só falto fazer careta. É ridículo, eu sei. Mas me deixa ser só um pouco menina, também. Não me furta o direito a essa [e]terna infantilidade. Tá, tá. Eu prometo que seguro forte a tua mão; mas promete me ajudar nessa questão? Qual?! A das topadas, cabeção! Aposto que já tinha esquecido, não é? Você sempre foi assim esquecido, eu que sou a que nunca esqueço de nada. Principalmente daquilo que nem era pra ter sequer existido. Não, não falo das pedrinhas, me refiro àqueles que a depositaram motivados por uma mórbida diversão.

Carolina Braga
[ Há pouco... ]
-
PS: Ouvindo 'Broken' - Norah Jones. ;]

2 comentários:

Anônimo disse...

amorrrr q texto lindamente significante queria ser a primeira a escrever pq esse texto mexe com minha sensibilidade de tão lindo q tah.

Saudades sempre.

bjo.

Mari disse...

"É que eu tenho o mau hábito de viver a dar topadas. Qualquer pedrinha no meu caminho é o bastante para uma nova cilada."

Sou assim mesmo... aff... qdo eh q eu vou aprender???

bjoo!