sexta-feira, 24 de junho de 2011

Falta... de nada


Tua sensibilidade nunca foi lá muito aguçada, você se defendia declarando se tratar de falta de prática. Teu jeito de amar sempre foi uma maneira meio estranha de ser para mim e mais uma vez, lá vinha você com a desculpa da ausência de tato. E eu, ingênua, julgava ser capaz de ser aquilo que precisávamos - por nós dois, pra nós dois. Eu acreditava nos bastar e até para mim estive em falta nos últimos tempos. Nada parecia te bastar: nem o meu amor, nem a minha entrega, nem o teu egoísmo, que para mim ocupa já bastante espaço. E eu fui me fiando em tuas palavras, rezando pra que elas imprimissem na realidade beleza igual. Mas eu te inventei embasada em belas falas e como castelo de ar você se dissipou sem deixar rastro. Quem foi você afinal? Quem fomos nós que nem ao menos no final nos encontramos?

Carolina Braga, 24 de jun. de 11.

2 comentários:

Ivna Pinna disse...

Entorpecida?

p.s.: to por aqui agora.

priscilla disse...

"Falta... de nada" "Quem foi vc, afinal?"

Carol q bela construção. É de abestalhar a força que vc consegue colocar nas palavras. No "Gran Finale", o pobre do destinatário' retratado como invenção sua, mera ilusão. Realmente, "Falta... de nada". (y) ;*