quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sentimento (d)e verdade






Desde cedo minha mãe me alertou acerca da falta de tolerância do mundo para com as pessoas dotadas de coração. Não me refiro a um órgão, a uma materialidade, me refiro a alguns sentimentos que ele pode abrigar. Sentimentos gigantes que podem sim caber nesse lugar aparentemente pequeno. Digo aparentemente, pois ele é mestre em guardar preciosidades de valor inestimável, que só são visíveis para quem as conhece, para quem as desfruta.
Eu, com essa minha natureza contrária, sempre disse não ao que qualquer pessoa tentasse me impor como forma de conduta dita como mais condizente, ou conveniente. Eu nunca entendi como as pessoas podem achar mais fácil seguir padrões de comportamento, a seguir seu próprio coração, sua própria consciência. Gente é um bicho complicado mesmo e por essa razão, fica ainda mais evidenciada a importância de se viver de acordo com a nossa própria essência, sabendo obviamente extrair dela o que de melhor tem a nos oferecer e a quem nos cerca.
O passar dos anos e o amadurecimento que adquiri com estes, me fez enxergar de maneira bastante clara, que minha mãe de uma forma um tanto quanto desastrada só queria me preservar. Porém, o que ela nunca compreendeu é que eu não me importaria de sofrer as consequências dessa escolha, que insuportável pra mim seria viver uma vida vazia de sentimento e verdade.

Carolina Braga, 02 de ago. de 11.

Um comentário:

priscilla disse...

Lembro que li esse texto, exatamente no momento em que o vivi. Vivi muitos textos seus. Mas esse foi um doloroso pra se viver, simplesmente pelo conflito que a vida tem o prazer de colocar.Logo eu sabia que era mais um que me ajudaria a amadurecer, e amadurecer outros. Percebo e não é de hj, que vc me entende de longe como se estivesse perto.
Foi bom, te ler, apesar do momento não ter sido um dos melhores. Trazer conforto em pleno confronto, é dom. Que dom lindo, Deus. Que dom é esse, o teu, Carol?
Lindo, lindo, lindo.