sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A nova poesia

Mais um ano está se preparando para dizer adeus e já estou avaliando os ganhos e perdas que no percurso deste se concebeu em minha vida. Há quem diga que nada é perda ou ganho e sim que tudo é apenas experiência, movimento. OK, então nos distanciemos dessa visão maniqueísta.


Esse foi um ano de muitas mudanças e acontecimentos pra mim. Iniciei uma nova fase acadêmica, saí do emprego, sofri um acidente, mudei o cabelo. Nossa! Esses já são acontecimentos por si só bastante notáveis. Ocorre que muitas outras coisas gravitaram nessa órbita. Rompi relacionamentos, iniciei outros e fomentei alguns que permanecem mais fortes e bonitos. Disse meu primeiro não definitivo e me senti mais livre depois disso; enviei uma mensagem de texto impensada, me arrependi e quis voltar atrás, obviamente, sem êxito. Muitas coisas se deram, muitas pessoas passaram pelo meu caminho nessa etapa. Tudo pareceu especialmente superlativo e eu senti como se tivesse envelhecido dez anos em um. Mais do que nunca, a Carolina de hoje tem algo de diferente da Carolina de alguns meses atrás. Eu mesma não consigo dimensionar todas essas transformações. Em alguns aspectos reafirmei antigas posturas e ideias, em outros casos, me vi caminhando em outra direção onde o sol parecia iluminar mais, onde o mundo pareceu fazer mais sentido para mim. Como eu gostaria de apresentar essa pessoa pra quem merecia estar ao meu lado hoje e por razões menores não está. Ao passo também, que me recuso veementemente a apresentá-la à alguns pesos que vestiam máscara de gente e que, graças a Deus e a uma certa intolerância dessa que vos fala, já não faz parte do meu perímetro limitado de pessoas de minha convivência.

É engraçado, olho pro espelho e me acho até mais alta. Algo agigantou-se aqui por dentro. E tenho encontrado tantos gigantes por aí que descobri que quero viver nessa terra de gente grande. De gente que sente grande, que ama grande, que sofre grande também, mas na qual tudo é maior porque os sentimentos que fazem morada nesse lugar, são os mais nobres e mais bonitos que podem existir.

A velha ansiedade até acalmou-se e pelo visto encontrou com o tempo e a maturidade, um jeito de ser também sábia. E nos momentos que ela dá às caras é super bem-vinda. Pois vem pra dar um gostinho a mais, e não pra tirar o sabor do que estou vivendo. Vi-ven-do. É isso o que estou fazendo hoje com mais pertencimento e dimensão da palavra. Palavra esta que saiu dos livros e se fez poesia na prática. E a despeito das dores, das lacunas, dos intervalos, essa tem sido a poesia mais bonita que eu já tomei notícia. Pois sou eu a sua poetisa e não há nada que possa me privar de dizer que ela é bonita e é bonita - como diria aquele outro poeta.



Carolina Braga, 02 de nov. de 12.

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