Vivemos em uma sociedade que faz apologia do elogio à falta
de elogio. Ou poderia ser dito também, como o elogio ao escárnio e ao
negativismo vazio. Onde falar bem de algo ou alguém, é quase que proibido. E
quando burlamos a regra, somos taxados de puxa-sacos ou coisa pior.
Falar mal da roupa, maneira de portar-se ou cônjuge do
outro, é costumeiramente aceito e recebido com naturalidade. Como se não houvesse
virtude que merecesse ser louvada, ou mesmo citada por quem quer que seja em
relação a qualquer indivíduo. Ou como se precisássemos tratar o outro com
inferioridade para nos sentirmos superiores, importantes. Penso eu ser este um
conceito deveras estranho e infundado, mas o fato é que essa é uma atitude
vastamente disseminada e que tem se espalhado feito vírus.
Há pessoas que parecem temer estar ao lado de quem se
destaca, com receio de não serem notadas. Eu já acredito que estar ao lado de
quem tem luz própria só me torna mais iluminada. Que estar perto de quem tem
muitas coisas a oferecer em termos de conhecimento e valores, só engrandece o
meu saber e o meu caráter. Eu acredito em coisas assim. E por não achar que
existe isso de gerente ser superior à servente e que eu sou do tamanho daquilo que
sou com o outro, que eu continuo a viver a minha vidinha da maneira que me faz
sentir limpa: desobstruindo minha visão dessas feiuras produzidas por quem
acredita numa beleza plástica e louvando sempre a gentileza, o respeito, a educação
e outros membros dessa família. Simplesmente porque eles merecem, porque eles
existem e porque esse é o assunto que eu quero ter.
Carolina Braga, 19 de nov. de 12
Nenhum comentário:
Postar um comentário