Véspera de Natal. Impossível passar por essa data sem parar
por um instante que seja e pensar na vida e nas relações que cultivamos – ou naquelas
que deixamos, ou precisamos deixar morrer em algum momento.
Eu sou uma crente absoluta dos bons sentimentos e do fato de
que existem pessoas que vivem a cultivá-los e praticar o bem. Mesmo num mundo
tão louco e repleto de crueldade e feiuras diversas, ainda consigo sentir o
divino tocar minha vida através de mãos humanas. Mãos repletas de amor e generosidade
que me auxiliam a seguir por um caminho mais leve e mais bonito. Acho que o
Natal é isso pra mim. Pois sinto que Deus nasce toda vez que nascemos pro amor,
pro bem e pros sentimentos todos dessa família. E não há benção maior do que
essa possibilidade de renascimento diário.
Que alegria poder renascer todo dia. Que sorte a nossa poder,
enquanto estamos vivos, diariamente fazer novas escolhas e até corrigir alguns
mal-entendidos, sair do automático, reinventar maneiras de seguir em frente.
O Natal é simbolizado por nossa cultura de consumo pela
imagem de um velhinho chegando sorrateiramente repleto de presentes. Que tal
este ano pensarmos nesta data como o dia em que nós seremos aqueles que
bateremos em portas com presentes inesperados. Presentes que não estão à venda
em lojas e que por isso mesmo possuem valores inestimáveis. Presentes como
palavras gentis, abraços de reconciliação, beijos de perdão.
Que neste dia – e nos próximos – tenhamos um pouquinho mais
dessa verdadeira comunhão. E que os sorrisos, abraços e beijos sejam sinceros. Amém.
Carolina Braga, 24 de dez. de 12.
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