Ansiedade. Mais que uma emoção, uma maneira de ser. Essa sempre me foi
condição biológica mesmo. E nos últimos tempos me revelou o quanto ela pode ser
nociva, por atropelar não só a mim, mas a pessoas que amo. Em especial, à quem
mais amo, à quem mais está perto.
Essa tal ansiedade andou não permitindo que o outro vivesse seu tempo
de ver e viver certas coisas. Essa ansiedade fez até com que quem me conhece
passasse a duvidar de minha essência, de meus sentimentos e princípios básicos.
Isso dói... Mas tenho consciência do quanto fiz doer também.
A ansiedade ela é precipitada. Por querer que o outro veja logo o que
você vê (ou acredita ver) ela pode até cegar; por querer que o outro entenda coisas que
somente você viveu, ela age como se subestimasse a inteligência até mesmo de
quem você possui demasiada admiração.
Essa ansiedade que me fez perder tantos momentos nesses últimos meses,
é a mesma que desejo agora que cumpra a função de ser paciente. Como? Como
esperar quando o desejo é estar junto? Como cuidar quando se está ferida pela
desconfiança do que existe de mais essencial em você? Tempo...
Tempo, te peço que venha trazer claridade sobre todas as coisas que
hoje estão nebulosas. Venho te pedir cura para todos os males, para todas as dúvidas
vãs e sem sentido. Não minhas. Mas que tomei para mim porque quero junto quem
hoje duvida.
Que essa ansiedade que já me moveu para tantas coisas boas, hoje deixe
de me fazer perder e me permita voltar a ser leve e livre. E fazer leve e
livre. Não como antes. Mais e melhor do que antes. Porque é assim que se segue em
frente: buscando o melhor sempre.
Não quero o passado, sr. Tempo. Quero um presente dadivoso. Quero terminar
o dia bem. Porque hoje é isso que sinto que devo e posso fazer: dar um passo
por dia. Sei que isto é o que poderá me levar longe, onde tanto sonhei e
desejei. Para onde tanto continuo sonhando e desejando ir. Tempo, ensina-me a
seguir...
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