terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Infinitude



Diariamente a vida nos cobra uma infinitude de saberes e decisões. O que desejamos ser “quando crescer”, o que queremos fazer no final de semana, o que iremos comer no almoço de mais tarde, qual é a nossa cor favorita e quantas prestações valem aquela calça que você adorou. Algumas perguntas são mais fáceis de responder, outras não. Algumas dão um cansaço danado só de pensar em cogitá-las, outras, soam como absurdas de tão tolas e impossíveis de formular. Eu sempre achei mais simples e natural falar do que não quero e do que não vou fazer amanhã quando acordar. Posso inclusive citar infinitos exemplos. Por exemplo, amanhã eu não quero receber uma violência gratuita (ou não-gratuita); amanhã, nem hoje ou depois de amanhã, eu não quero me partir em mil pedaços pra dizer uma coisa que meu coração não acredita; amanhã eu não quero ter que silenciar palavras doces com medo de reações duras; amanhã eu não quero ouvir qualquer criança chorar de fome; amanhã eu não quero ver na TV notícias de qualquer espécie de fome; amanhã, ao menos amanhã, eu gostaria que a trilha sonora de todos os habitantes desse planeta fosse o riso de uma criança, ou o barulho da chuva.
Às vezes, não-saber implica em melhor viver.

Carolina Braga, 11 de jan. de 11.

Um comentário:

priscilla disse...

Comecei gostando do título: "Infinitude". Terminei filosofando em: "Às vezes, não-saber implica em melhor viver".

Mais um ótimo, digno de muitas leituras. (:


[Priscilla Carvalho]