sábado, 7 de abril de 2012

Sobre aquilo que eu não pude te dizer

Há pouco mais de uma hora recebi uma notícia que já algum tempo esperava receber, ainda que se tratasse de algo que eu gostaria de nunca precisar lidar. Acontece que, querendo ou não, somos frutos das decisões que tomamos – ou nos isentamos de tomar.

Uma menina de pouca idade, bonita e cheia de vida tomou a sua última decisão e deixou para todos que desejávamos o seu bem, a saudade eterna como uma de suas maiores consequências. Pois é, às vezes as pessoas que nos amam são obrigadas a viver de maneira irremediável com o resultado de nossas escolhas. E isso é de doer mais do que eu possa dizer.

Não falava com N. há coisa de três anos e só o que consigo pensar é se realmente não poderia ter feito algo para ajudá-la lá atrás. Se ao invés de dizer: “Calma, respira, pensa no que é melhor pra você. Qualquer coisa eu estou aqui.” Se eu não deveria ter dito o que era claro: “ISSO NÃO É O MELHOR PRA VOCÊ. SAI DESSA!” Essa é uma coisa da qual eu nunca vou saber. Mas acabei de aprender através de uma pessoa da qual eu daria, meu Deus, eu daria tanto para poder abraçar novamente, o quão devastadora pode ser uma decisão errada. Tô (tentando) digerindo aqui o aprendizado sofrido do quanto uma escolha equivocada pode gerar outras mais. Sentindo-me completamente impotente, profundamente triste com a realidade de que N. não terá uma segunda chance, de que ela não poderá errar nunca mais – nem acertar. Deus, e o que eu faço com tudo isso? O que eu faço com esses sentimentos todos?

N., espero que você encontre a paz que em vida já não tinha.

Com imenso pesar e eterno carinho,


Carolina Braga, 7 de abr. de 12.