quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Força estranha


Tenho falado muito em serenidade ultimamente e descobri que assim como a felicidade, este é um estado de espírito que não deve ser declarado efusivamente, correndo sério risco de perdê-lo. Parece-me que o que nos faz bem, ao mesmo tempo assume a importância de nossa maior fragilidade. É como se tudo a nossa volta conspirasse em favor de nos furtar o bem d’alma, atestar sua veracidade. E você fica ali, empenhada a fim de manter o equilíbrio dessas duas forças: a de dentro e a de fora. A que me rege costuma ser a primeira, mas vez por outra, humana que sou displicentemente escancaro portas e janelas e me vejo invadida e roubada por um evento – ou criatura – do mundo que existe fora de mim. Eu tento expulsá-lo - nem sempre funciona. Eu tento conviver com ele – idem. E quando me vejo sem alternativas, resolvo sair eu mesma e declarar paz no mundo de fora também. Em geral, queimam minha bandeira e a minha crença se vê testada mais uma vez. Aí o que ocorre? Ocorre que eu nasci com uma estranha força que me impele a seguir pela estrada menos indicada, que me leva a tomar resoluções tidas como utópicas e fora do padrão. Ocorre que vez por outra há quem me estenda à mão. Não há como fugir, essas duas forças sempre irão existir. A sua escolha consiste pura e simplesmente em optar por aquela que lhe conduzirá aonde deseja estar.


Carolina Braga, 22 de jan. de 09.

2 comentários:

Mari disse...

"É como se tudo a nossa volta conspirasse em favor de nos furtar o bem d’alma..."

Não tenho dúvidas disso... é triste, mas tão real! Assusta... Talvez por isso ñ exista felicidade eterna, e sim momentos felizes.

Profundo e lindo demais seu texto... muito bem estruturado, bem escrito, coeso, uniforme... perfeito!!!!!!!

bjoooo!

Conspicuamenteconspícua disse...

"serenidade, coragem e equilíbrio"


;)